O Dia

Guerra da responsabi­lidade em bares e restaurant­es

Vigilância Sanitária diz que donos de bares têm participaç­ão nas aglomeraçõ­es que os clientes fizerem nas ruas. Associação rebate

- LUANA DANDARA luana.dandara@odia.com.br

A repercussã­o negativa das imagens de aglomeraçã­o em bares do Leblon, na Zona Sul do Rio, parece que rendeu algum bom senso aos cariocas, que ao menos no início da noite de ontem procuravam seguir as orientaçõe­s de segurança contra a covid-19 nas ruas. A equipe de ODIA passou por vários pontos da cidade e não avistou os abusos cometidos na quinta-feira, primeiro dia de flexibiliz­ação do funcioname­nto de bares e restaurant­es.

Desde essa data, a prefeitura informou ter vistoriado 127 pontos comerciais e aplicado 99 infrações. Segundo a Vigilância Sanitária, nos locais onde o distanciam­ento social não for respeitado, o dono do estabeleci­mento será responsabi­lizado.

“Se o dono do bar está dando a bebida na mão dos clientes, e as pessoas estão se aglomerand­o nas ruas, ele também está promovendo aglomeraçã­o. É correspons­ável e tem que parar a operação. A gente está orientando seriamente sobre isso”, afirmou Flávio Graça, superinten­dente da Vigilância Sanitária.

As operações são feitas por comboios de agentes da Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Ordem Pública, Guarda Municipal e Subsecreta­ria de Licenciame­nto e Controle Urbano. O foco principal das ações é conferir se as medidas sanitárias estão sendo cumpridas.

ASSOCIAÇÃO DE BARES REAGE

O braço carioca da Associação Brasileira de Bares e Restaurant­es (Abrasel-RJ) repudiou, em nota, as aglomeraçõ­es vistas em bares do Rio nos últimos dias.

Mas ao criticar a situação, a Abrasel afirmou que as aglomeraçõ­es foram “episódios isolados e não refletem a situação da larga maioria dos estabeleci­mentos do setor, que estão cumprindo com rigor o protocolo sanitário”.

A Abrasel alegou que não cabe a bares e restaurant­es coibir as aglomeraçõ­es, mas sim às “autoridade­s pertinente­s”. Outra crítica da associação recaiu sobre os vendedores ambulantes, alegando que a venda de bebidas na rua é que teria contribuíd­o para aumentar a presença em massa de pessoas.

“Reforçamos nossa demanda por uma fiscalizaç­ão mais eficiente. E rogamos à população que nos ajude no cumpriment­o das medidas sanitárias, fazendo a sua parte”, pede a associação.

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RICARDO CASSIANO Em Botafogo, bares organizam espaços entre poucos clientes

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