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PGR: articulação criminosa ainda na campanha
Adenúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que resultou no afastamento de Wilson Witzel aponta que as relações entre ele, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão, preso na última sexta-feira na Operação Tris in Idem, e o empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito, em maio, tiveram início antes mesmo da eleição de Witzel para o cargo de governador do Rio.
Segundo a PGR, ainda durante a campanha eleitoral, a Atrio-Rio Service, empresa de Mário Peixoto, fez pagamentos no valor total de R$ 225 mil ao escritório de advocacia de Lucas Tristão, do qual Witzel foi sócio, entre julho e outubro de 2018. A maior parcela, de R$ 100 mil, foi paga dois dias antes do primeiro turno da eleição, quando Witzel estava cotado para o segundo turno, à frente de Eduardo Paes nas pesquisas eleitorais.
Ainda segundo a PGR, também em 2018, o escritório de Lucas Tristão realizou pagamentos de R$ 412.308,37 a Witzel. “Muito embora Wilson Witzel alegue que tenha prestado assessoria ao advogado Lucas Tristão, na revisão de petições protocoladas em favor da empresa de Mário Peixoto, o contexto ora descortinado pelas investigações permite concluir que a contratação do escritório de advocacia consistiu em artifício para permitir a transferência indireta de valores de Mário Peixoto para o então candidato a governador Wilson Witzel”, diz a denúncia da PGR.
A contrapartida para o empresário, segundo a PGR, veio após a eleição de Witzel, em contratos com dispensa de licitação da Faetec e a Atrio-Rio Service, nos valores entre R$ 4,7 milhões e R$ 32 milhões, entre fevereiro de 2019 e março deste ano.
Questionado na sexta-feira, após a apresentação da denúncia, se o esquema de corrupção do governo estadual, especialmente na Saúde, havia se configurado ainda durante a campanha, o procurador da República Galtiênio da Cruz Paulino respondeu: “Tudo leva a crer que sim”.
Advogado de Witzel, Ricardo Sidi disse que ainda analisa os autos para formular defesa, mas que, na sua avaliação, “é tecnicamente impossível a imputação do crime de corrupção passiva antes mesmo do primeiro turno das eleições de 2018”.
Rodrigo Horta, advogado de Lucas Tristão, disse que irá se manifestar apenas nos autos do processo. Já o advogado de Mário Peixoto, Alexandre Lopes, afirmou que, em relação à contratação do escritório de Lucas Tristão pela Atrio, a PGR intencionalmente omitiu que os serviços foram prestados e que o preço do contrato foi abaixo do mercado.
Segundo a PGR, a interlocução entre Mário Peixoto e Wilson Witzel se dava por meio de Lucas Tristão
A contratação do escritório de advocacia consistiu em artifício para transferência de valores de Mário Peixoto para Witzel DENÚNCIA DA PGR