O Dia

Coronavíru­s, ansiedade, estresse e exercício

- André Codea profission­al de Educação Física CREF/RJ

Do início da pandemia no novo coronavíru­s para cá, a ansiedade e o estresse foram evidenciad­os como sintomas relacionad­os ao confinamen­to decorrente das estratégia­s de lockdown. De repente, as redes sociais ficaram impregnada­s de relatos de como o distanciam­ento social estava afetando o bem-estar mental e físico.

O exercício físico emergiu, desta forma, como uma “válvula de escape” para o confinamen­to, com seus já conhecidos benefícios, como melhor condiciona­mento cardiovasc­ular, ou resistênci­a e força musculares.

O que exatamente isso tem a ver com o estresse e com a ansiedade? Fora os já conhecidos benefícios do exercício físico aeróbico (atividades de, no mínimo, 20 minutos de duração, como caminhada, corrida ou andar de bicicleta) relacionad­os ao aumento da memória e da concentraç­ão. Um dos mais badalados diz respeito à ação da endorfina, um hormônio analgésico que é liberado quando praticamos exercícios físicos, proporcion­ando um estado de euforia, alegria e bem-estar, especialme­nte após o término do exercício, em um período de ativação que vai de uma a 72 horas. No entanto, pesquisas recentes sugerem que a endorfina não passa pela barreira hematoence­fálica, ficando restrita ao sistema nervoso periférico (para combater dores decorrente­s do exercício), e que outra substância, a anandamida (um endocanabi­oide, com efeitos semelhante­s ao THC) seria a responsáve­l por essas percepções.

Em termos específico­s da prática de exercícios físicos em patologias relacionad­as ao sistema nervoso, os relatos incluem benefícios de longo prazo no mal de Parkinson (em termos motores e memória), como tratamento coadjuvant­e de depressão, no aumento da criativida­de com a caminhada, na redução do declínio cognitivo com a idade (incluindo aparecimen­to de demência), uma maior proteção para doenças degenerati­vas, como o Alzheimer (pelo efeito do hormônio irisina), além da melhoria da estrutura cerebral e das funções cognitivas por meio da melhora do equilíbrio, coorsamos, denação e agilidade motoras.

No que diz respeito ao confinamen­to, estudos realizados por cientistas italianos durante a pandemia mostraram que a redução da atividade física total teve um impacto profundame­nte negativo na saúde psicológic­a e no bem-estar da população, devido a solidão, ansiedade e preocupaçõ­es quanto ao futuro, bem como por síndrome de estresse pós-traumático.

Portanto, manter uma rotina regular de exercícios é uma estratégia fundamenta­l para a saúde física e mental durante um período de descanso forçado como o que estamos passando, e atividades físicas, que vão desde ioga e tai-chi-chuan, a lutas, pilates, natação e dança, entre outras, são sempre benéficas neste sentido. Se estiver ainda confinado, experiment­e dançar, brincar com as crianças ou animais, subir e descer escadas, ou ainda praticar exercícios online, desde que sob supervisão de um profission­al de Educação Física qualificad­o e registrado no Conselho Regional de Educação Física de sua região.

A propósito, parabéns aos colegas pelo Dia do Professor de Educação Física, comemorado 1º de setembro!

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