Prefeitura quer Guarda Municipal armada
Secretário de Ordem Pública detalha como será o processo de formação de agentes
Secretário municipal de Ordem Pública, Gutemberg da Fonseca ( foto) participa hoje de audiência pública para debater o tema. Plano é ter tropa de 500 agentes com armas em 2021.
Uma tropa com 500 guardas municipais armados em 2021. O secretário municipal de Ordem Pública, Gutemberg da Fonseca, participará, amanhã, de audiência pública na Câmara de Vereadores que deve antecipar a votação do Projeto de Emenda a Lei para armar a Guarda Municipal. A proposta antecipada com exclusividade ao jornal O
DIA pelo líder da pasta, que altera Lei Orgânica do município, estava prevista para ser votada em abril, mas a discussão foi adiada devido a pandemia. Se aprovada, a divisão armada atuará locais em áreas como os pontos turísticos e no apoio a Patrulha Maria da Penha.
“Estudos de reconhecimento internacional elaborados por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas comprovam que cidades que adotaram guardas armadas reduziram os índices de homicídio e agressões em até 60%. Hoje, faltam policiais nas ruas. O Estado do Rio tem déficit de 15 mil agentes e perde, por ano, 1.500 policiais, seja por aposentadoria, problemas de saúde e morte. Uma vez que o município tenha um efetivo armado da GM-Rio, bem capacitado e treinado, terá todas as condições de oferecer mais segurança para o cidadão”, explica Gutemberg.
Para portar uma arma, os agentes da GM precisarão passar por uma preparação intensa. Serão, ao todo, 600 horas de aula, até a conclusão do curso. Ao final dessa etapa, que pode levar de seis a oito meses, os aprovados ainda terão uma nova fase classificatória: exames psicotécnicos e de aptidão física feitos pela Polícia Federal.
De acordo com a Secretaria de Ordem Pública (Seop), metade das horas de curso é destinada ao treinamento do guarda no uso do armamento.
Além da preparação inicial, todos os agentes do novo grupamento passarão por um curso anual de atualização com 80 horas. “Será uma capacitação criteriosa, rigorosa e muito intensa para que ele saia do curso completamente preparado”, garantiu o secretário.
A participação do guarda na nova tropa armada será voluntária e os militares que optarem pela capacitação terão um aumento em seus rendimentos. O acréscimo pode chegar até R$ 2.090.
Segundo Gutemberg, a GM não precisará fazer a ampliação do efetivo para atender a demanda de guardas armados. Para chegar a essa conclusão, a instituição fez um estudo técnico que demonstra a eficácia de ter um agente armado ante um sem o porte. Na pesquisa, o militar fardado portando a arma passa uma sensação de segurança dez vezes superior quando comparado a um vigilante sem o armamento.
“Se armamos o agente, a sensação de segurança naquela região já aumenta. De bobo o bandido não tem nada, age na oportunidade. Dificilmente, ele irá estar em áreas que têm guarda armado”, explicou.
Questionado sobre o risco de transformar o guarda em um alvo para criminosos, uma vez que o militar estaria portando um armamento, o secretário garantiu que o efeito será exatamente o contrário. Segundo ele, o porte pode evitar casos como o assalto sofrido por uma guarda municipal em serviço no Parque de Madureira, em setembro do ano passado. A agente teve seu celular roubado por três criminosos, sendo que um deles estava armado com uma pistola.
Se armamos o agente, a sensação de segurança naquela região já aumenta. De bobo o bandido não tem nada, age na oportunidade”
GUTEMBERB DA FONSECA, secretário