No Pedro II, parentes de pacientes acusam hospital de erros que levaram até à morte
O drama sem fim nos hospitais
Não bastasse a pandemia por covid-19, os pacientes da rede municipal de saúde que precisam de atendimento vêm sofrendo com a baixa qualidade do serviço em diversas unidades médicas da cidade. Na edição de ontem de O DIA, revelamos a acusação de negligência feita por familiares de dois pacientes de unidades nas zonas Norte e Oeste. Ontem, retornamos ao Hospital Pedro II, em Santa Cruz, e mais queixas foram feitas.
Um dos relatos foi o de Fabiana Paixão, irmã de Rodrigo Braz Paixão, de 38 anos. Segundo ela, o irmão adquiriu insuficiência renal após ser mau atendido durante internação. A familiar explica que ele foi internado na unidade no dia 15 de agosto, após ter uma crise convulsiva, mas uma confusão de diagnósticos levou o paciente a ser entubado.
Ainda de acordo com Fabiana, a condição do irmão só foi constatada após a família conseguir visitá-lo. “Vimos que o acesso colocado nele enquanto estava inconsciente era o mesmo do momento em que internou. Não passava mais soro. Ele deve ter ficado dois ou três dias sem nenhuma hidratação e isso agravou o quadro renal”, contou a irmã do paciente, lembrando que até água mineral faltou em alguns dias da internação.
OUTRO DRAMA
Joselma Azevedo dos Santos, de 53 anos, também acusa o Hospital Pedro II de erro médico. Segundo ela, sua mãe, Joseina Azevedo dos Santos, de 72, morreu, na quarta-feira, na unidade, após contrair pneumonia enquanto estava internada. De acordo com a filha, a idosa foi internada com princípio de infarto, mas saiu de alta da unidade com sintomas de gripe.
“Cinco dias depois, ela foi liberada pelo médico, mas começou a ter dificuldades de respirar em casa e muito catarro. Então suspeitamos que ela havia contraído uma pneumonia no hospital”, disse.
Segundo a filha da idosa, também houve falha de comunicação: “Recebi um boletim médico dizendo que minha mãe estava estável às 20h17 de quarta, menos de uma hora depois que ela havia falecido. Fomos descobrir no dia seguinte que ela faleceu só meia hora depois. Eles mandaram o boletim sem checar a condição dela”, relatou.
Recebi um boletim dizendo que minha mãe estava estável menos de uma hora depois que ela havia falecido JOSELMA DOS SANTOS, filha de uma paciente