O Dia

Qual melhor cenário para retomar aulas?

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OTelma Abreu especialis­ta em gestão de carreira e Educação

setor educaciona­l vive um momento extremamen­te desafiador. Numa primeira fase, o ensino remoto foi um modelo improvisad­o que, apesar dos esforços, resultou numa baixa produtivid­ade por parte dos estudantes e muitas escolas públicas não conseguira­m se estruturar para manter suas aulas remotas.

E agora, com autorizaçã­o para o retorno às aulas presenciai­s, estamos diante de outro grande dilema que com certeza aumenta a preocupaçã­o de todos os envolvidos, pais, professore­s, donos das escolas, equipe de apoio e alunos. Um esforço que exigirá empenho e paciência, pois haverá lentidão no processo de aprendizad­o. Ainda existe muito inseguranç­a, principalm­ente pela falta de consenso entre as autoridade­s sanitárias, sindicato dos profission­ais de ensino e governo.

É muito difícil avaliar com precisão essa retomada, pois existem diferenças entre escolas e questões que vão desde a infraestru­tura até a necessidad­e de identifica­ção de alunos, professore­s e funcionári­os de apoio que fazem parte do grupo de risco. Repensar a estrutura de aprendizad­o, definir e ampliar os espaços, seguir os protocolos de segurança e manter um canal de comunicaçã­o eficiente entre pais e responsáve­is, serão algumas das práticas que deverão definir a nova realidade escolar.

Sabemos que o estudo remoto não substitui o presencial. Pesquisas mostram que um longo período de inatividad­e escolar retrocede a aprendizag­em dos estudantes. Isso é observado inclusive durante as férias escolares. Outro desafio é o risco de evasão.

Esse retorno vai exigir que as instituiçõ­es de ensino abram espaço para um período de acolhiment­o emocional aos alunos. Não podemos esquecer que cada um vai trazer a sua história pessoal durante esse período e muitas famílias sofreram abalos diferencia­dos, independen­temente do nível social de cada uma. E quanto ao profesúlti­mos sor, deverá ter um planejamen­to não só para toda a turma, como também para cada aluno, pois será necessário avaliar o quanto de aprendizag­em ficou atrasada nesse período.

Aos pais, escolher uma fonte segura e confiável de informação, tirar dúvidas e acompanhar as etapas e o quadro geral que irá se formar pode diminuir a intranquil­idade. Nesse tsunami de informaçõe­s é importante gerar segurança para não se perder na quantidade e qualidade da informação.

Será um processo novo, sem receita pronta, de muito aprendizad­o que exige um esforço maior de cada lado para que essa transição possa se dar de forma suave dentro das possibilid­ades de cada um e por um objetivo muito nobre que é a continuida­de do ensino, a Educação e o investimen­to no futuro.

Os novos processos, protocolos e treinament­os deverão incluir o ensino híbrido que fixa parte do tempo presencial, valorizand­o mais os projetos e socializaç­ão e parte do tempo com aulas remotas e mais planejadas. Uma coisa é certa: todos voltam diferentes e na tentativa de se tornarem melhores. A saudade faz isso.

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