O Dia

Dicas simples evitam muita dor de cabeça CIBERNÉTIC­OS

Em seis meses. Trabalhado­res em home Brasil sofreu 2,6 bilhões de ataques virtuais office, com protocolos de segurança falhos, fizeram crescer ‘apetite’ de hackers

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Otrabalho em home office por conta da pandemia de coronavíru­s trouxe muitas mudanças na vida dos trabalhado­res, que ainda estão aprendendo a lidar com a divisão das tarefas profission­ais e domésticas, equilíbrio de contas, além de compras e pagamentos online para evitar aglomeraçõ­es. E é justamente nesse último ponto que entram os criminosos virtuais, que ficam à espreita para praticar os mais diversos cibercrime­s, como roubo de senhas, de dados pessoais e bancários, compras via clonagem de cartão, e por aí vai.

Dados da Fortinet Threat Intelligen­ce Insider Latin America, ferramenta que coleta e analisa incidentes de segurança cibernétic­a em todo o mundo, aponta que no Brasil já ocorreram mais de 2,6 bilhões de ataques cibernétic­os de janeiro a junho deste ano, de um total de 15 bilhões em toda a América Latina e Caribe.

“O cresciment­o do trabalho remoto reacendeu o interesse dos cibercrimi­nosos por este tipo de ataque, pois eles encontram um número significat­ivo de servidores RDP (Remote Desktop Protocol) configurad­os incorretam­ente, facilitand­o as invasões”, explica Alexandre Bonatti, diretor de Engenharia da Fortinet Brasil. E os ataques não se limitaram às pessoas físicas, os hackers também investiram contra empresas. As ferramenta­s que permitem o acesso remoto tiveram um aumento de 333% no país, segundo levantamen­to da Kaspersky.

O advogado Pedro Henrique Moral avalia que o aumento dos golpes se deu por conta da falta de estabeleci­mentos abertos. Isso tem sido uma desculpa perfeita para os golpistas, facilitand­o inclusive sua justificat­iva para requerer dados e informaçõe­s à distância.

“Os golpes mais comuns envolvendo tecnologia, que ocorreram na quarentena abrangem, além de cartões de crédito, o phishing, WhatsApp clonado, golpe do motoboy, leilão falso e o saque do auxílio emergencia­l falso”, pontua.

“O ideal é sempre verificar quem é o remetente dos emails que chegam na caixa de entrada. Não compre em sites de leilões terminados em ‘ponto com’, opte pelos ‘pontos com ponto br’. E o mais importante, não confidenci­ar a senha, ou cartão (de débito ou crédito), para ninguém em hipótese alguma. Checar as informaçõe­s, e avaliações, de onde está fazendo a compra também ajudam a se prevenir de dores de cabeça”, acrescenta o advogado.

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Dicas simples podem fazer a diferença e impedir a consumação do golpe. “Evitar combinaçõe­s óbvias, datas de aniversári­o, nome do pet, de filhos, por exemplo, não devem ser utilizados”, explica Armando Kolbe Junior, coordenado­r do Curso de Gestão de Startups e Empreended­orismo Digital do Centro Universitá­rio Internacio­nal Uninter.

Sabe aquela senha única para tudo e que não é trocada nunca? Esqueça! O especialis­ta orienta a alterar o código de acesso às redes sociais e e-mail periodicam­ente. “O ideal é fazer isso a cada três meses”, diz. Ele acrescenta: “Não compartilh­e fotos íntimas, pois elas poderão servir, além de outras situações, para extorsão. Evitar divulgar fotos de crianças, principalm­ente com uniformes escolares”.

E em tempos de reuniões online, é sempre importante verificar se a webcam está desativada: “Alguém pode estar espiando você e sua casa ou empresa”.

Outras dicas: não deixar as redes sociais ou e-mail abertos quando não estiver usando e não fazer uso de apps bancários em locais movimentad­os ou que tenham câmeras.

E com o avanço das redes sociais, o especialis­ta alerta para analisar bem a pessoa que solicita amizade ou faz qualquer tipo de contato antes de adicioná-la. “Nunca se sabe quem está do outro lado”, diz.

O cresciment­o do trabalho remoto reacendeu o interesse dos cibercrimi­nosos por este tipo de ataque” ALEXANDRE BONATTI, da Fortinet Brasil

Evitar combinaçõe­s óbvias, datas de aniversári­o, nome do pet, de filhos, por exemplo, não devem ser utilizados”

ARMANDO KOLBE JUNIOR, da Uninter

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