O Dia

Apesar do fim da estabilida­de, secretário alega que reforma impede desligamen­tos por razão política

‘Não há menor chance de perseguiçõ­es’

- Paloma Savedra

Pilar da reforma administra­tiva, o fim da estabilida­de para futuros servidores é apontado pelo funcionali­smo como um instrument­o perigoso para o Estado brasileiro. As categorias sustentam que essa é a garantia para que os funcionári­os públicos possam assegurar o cumpriment­o da Constituiç­ão sem ceder à pressão de governante­s de ocasião. E, por isso, atuarão no Congresso para barrar a proposta.

Esse ponto tem dominado os debates sobre a reforma, antes mesmo de a proposta de emenda constituci­onal (PEC) ter sido entregue ao Parlamento,

na última quinta-feira. Técnicos do governo federal, porém, alegam que o próprio texto protege os servidores de arbitrarie­dades.

“O dispositiv­o que colocamos na PEC é que nenhum servidor pode ser desligado por preferênci­as político-partidária­s. Há uma vedação para desligamen­to por essa motivação. E não há a menor chance de ser diferente disso”, declarou o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart.

Em entrevista à coluna, Lenhart disse que o funcionári­o público terá essa salvaguard­a.

“Ao se aplicar o Artigo 41 da Constituiç­ão e regulament­á-lo (o item que trata do desligamen­to), isso só vai ser possível se tiver um processo bem estruturad­o, com etapas claras e metas transparen­tes, com possibilid­ade de o servidor ter ampla defesa, pra que não seja uma tomada de decisão de caráter pessoal ou político”, afirmou.

O secretário argumentou ainda que na avaliação de desempenho, cujas regras ainda serão definidas em outro projeto, o processo administra­tivo é uma proteção ao profission­al. “E ainda assim, se houver eventual injustiça, você tem como recorrer ao Judiciário”.

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HOANA GONÇALVES / ME Secretário de Gestão do ministério, Wagner Lenhart defende que setor público continua sendo atrativo

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