O Dia

POSITIVE

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Você nunca escondeu a sua origem humilde de ter sido criada no Complexo da Maré. Quais são as maiores lembranças desse período de ter vivido em uma comunidade?

Eu tenho muito orgulho de ter sido nascida e criada na Maré. Morei lá até meus 20 anos e essa vivência me deu diversos olhares e perspectiv­as sobre a vida. Tenho muitas lembranças desse período, que mesmo com dificuldad­es sempre me enxerguei capaz de ir além das minhas possibilid­ades. Olhar tudo o que construí até aqui e ver aonde estou é muito gratifican­te e significat­ivo, porque foi muito trabalho, altos e baixos, coisas que as pessoas não imaginam. Sou muito realizada por nunca ter desistido e agradeço muito aos meus amigos e familiares que sempre me apoiaram na minha trajetória.

Sofreu preconceit­o por ser ‘favelada’ algumas vezes?

Ah, já levei insultos por vir da favela. As pessoas falam do que o coração tá cheio, mas eu sei o valor que a minha história tem e não me deixo abalar.

Fico imaginando como você se saía como copeira e professora de crianças. Era boa? Trabalhou em outra coisa?

(Risos) Eu sempre digo que o jeito que a gente faz uma coisa, a gente faz todas as outras. Sendo copeira, professora ou empresária, eu sempre estou ali fazendo da melhor maneira que poderia. Trabalhei com muita coisa. Já fui recepcioni­sta, animadora de festa, fazia as mesas de frios e era sempre elogiada, viu? (mais risos).

O que sonhava a Bianca Andrade criança ou adolescent­e?

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