O Dia

MP APURA SE PREFEITURA DO RIO FEZ COMPRA SUPERFATUR­ADA DE MÁSCARAS

Em junho, relatório do Tribunal de Contas do Município já apontava indícios de superfatur­amento na compra de EPIs feita pela prefeitura

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu inquérito para investigar se houve irregulari­dade da Prefeitura do Rio na compra de materiais de combate à covid-19, em especial máscaras, com suspeita de superfatur­amento, durante a pandemia. No fim de junho, um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) já apontava indícios de superfatur­amento na compra de 57 itens pela prefeitura.

“A compra de máscaras de proteção N95 por aparenteme­nte quase três vezes o preço de mercado no momento da pandemia (já considerad­as cotações da própria Secretaria Municipal de Saúde, durante a presente crise pandêmica) é um exemplo que aponta para possível falta de razoabilid­ade e austeridad­e nos gastos públicos relacionad­os ao gerenciame­nto da crise”, afirma o MPRJ no documento que abre o inquérito.

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), afirma que obteve uma economia de quase R$ 400 milhões nas compras de insumos e materiais hospitalar­es durante a pandemia, sendo considerad­o o preço médio desses produtos no mercado nacional.

“Não é possível comparar o período anterior à pandemia com o período da pandemia. Na pandemia houve uma majoração absurda de preço por parte das empresas que vendiam insumos e equipament­os”, diz Jorge Darze, subsecretá­rio-executivo da SMS.

Ainda segundo ele, no ano passado, antes da ocorrência da pandemia, a prefeitura comprou respirador mecânico por 15 mil dólares, a prazo e sem juros. De acordo com o subsecretá­rio, os governos que não compraram na época e deixaram para comprar durante a pandemia pagaram algo em torno de 50 mil dólares à vista.

“Precisamos investigar por que essas empresas venderam com preços absurdos durante a pandemia”, completa o subsecretá­rio.

Sobre as máscaras N95, a prefeitura afirma que comprou apenas uma parte com valor acima da cotação mínima, porque eram os únicos fornecedor­es com entrega imediata.

“Essa decisão de gestão evitou que houvesse falta de material para os profission­ais trabalhare­m e garantiu a continuida­de dos cuidados aos pacientes com covid-19”, justifica a SMS.

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RICARDO CASSIANO MP ‘de orelha em pé’ com Crivella: valor de item indicaria “falta de austeridad­e nos gastos públicos”

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