Benedita: governo Bolsonaro interfere nas eleições
Candidata do PT denuncia ataques racistas orquestrados na internet e perseguição política durante corrida eleitoral no Rio
A candidata à Prefeitura do Rio, Benedita da Silva (PT), denunciou que está sendo vítima de uma perseguição política por parte do governo Bolsonaro. De acordo com a deputada, o objetivo dessa perseguição seria interferir nas eleições municipais do Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo em que Benedita sofreu ataques orquestrados de robôs, incluindo posts racistas e preconceituosos contra a população das áreas pobres do Rio, a candidata afirma que a Presidência da República escalou o titular da Fundação Palmares, Sérgio
Camargo, para interferir no processo eleitoral carioca e atacar a candidata. Camargo, que já havia retirado nomes como Zumbi dos Palmares e Nelson Mandela da galeria de Personalidades Negras da fundação, também anunciou unilateralmente a retirada do nome de Benedita da Silva, alegando que ela responde a processo.
Segundo a candidata, esse ato de Camargo foi uma clara perseguição política, já que ela enfrentará nas urnas o prefeito Marcelo Crivella, apoiado por Bolsonaro. Benedita recorreu, ainda, às suas origens para responder à intimidação: “Agora, mexeu com uma mulher negra, que veio da favela, venceu muitos capitães-do-mato e lutará até o fim contra o racismo. Ninguém vai calar 78 anos de vida, 40 anos de vida pública”, declarou.
Em nota, a assessoria da candidata lembrou que “Benedita da Silva já foi vereadora, deputada, senadora, secretária, governadora e ministra, sem jamais ter sido condenada sequer em primeira instância”. A nota diz, ainda, que “assim como fez recentemente, ao ser atacada de maneira racista, por um elemento radicado em Belém do Pará, a deputada vai à Justiça para denunciar os crimes de racismo e para que sejam reparados os danos causados. Também denunciará à Justiça Eleitoral a interferência indevida do Poder Executivo Federal no processo eleitoral do Rio”.
O Governo Federal foi procurado para comentar sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.