MORTE DO EXDEPUTADO JORGE PICCIANI MARCA FIM DE UM CICLO NO RIO
JORGE PICCIANI
Amorte do ex-deputado Jorge Picciani significa o fim de um ciclo de poder no Rio que reinou absoluto por 20 anos. De 2003 a 2010, na Presidência da Alerj, foi possível ver sua habilidade política. A volta em 2015, só ratificou a certeza de que os governadores durante seu mandato na Alerj só tomavam decisões importantes depois da autorização de Picciani. Licenciado, ele foi acusado de receber R$ 49,9 milhões em propinas de empresários de ônibus, entre 2010 e 2015, em 34 ocasiões distintas, segundo a denúncia do MPF.
POLÍTICO HÁBIL Meu primeiro contato com Picciani foi na CBN quando pediu para esclarecer denúncia do Ministério Público de que haveria “trabalho escravo” numa das suas fazendas. A entrevista foi uma bomba. Ele agradeceu à emissora e disse que ninguém lhe deu voz para se defender daquela maneira, mesmo a entrevista tendo sido veemente. Picciani considerou a oportunidade como respeito jornalístico ao direito de defesa. Depois disso, firmamos relação de confiança entre jornalista e fonte. Sua assessora Daniella Sholl conta que “Picciani era um craque da política não apenas porque sabia como ninguém decifrar pesquisas (estatístico de formação, devorador de números), mas, sobretudo, porque sabia ler a alma das pessoas. Aquela cara de bravo escondia coração generoso e sensível. ‘Homem de Palavra’ era a sua melhor alcunha. Polêmico, também. Como dizia o jornalista Fernando Molica, ‘com Picciani em campo, não tinha coluna de jornal em branco’”.
"Picciani era um craque da política”
DANIELLA SHOLL Assessora de imprensa de Picciani