O Dia

O Rio tem tudo para dar certo

- Bruno Kazuhiro

Oestado do Rio de Janeiro tem vocações conhecidas e extremamen­te importante­s, como a cadeia produtiva do petróleo que pode e deve ser estimulada e ter seus dividendos aproveitad­os para o desenvolvi­mento econômico e social estruturad­o e sustentáve­l de olho no futuro. Mas, ao mesmo tempo e felizmente, dispomos de potenciais que vão além do citado.

Durante mais de um ano e meio como secretário estadual de Infraestru­tura e Obras, cargo que ocupei até junho, pude perceber o quanto o Rio de Janeiro tem tudo para dar certo, bastando que haja gestão séria e eficiente, sociedade civil e empresaria­do engajados, preocupaçã­o com a descentral­ização dos investimen­tos e da geração de emprego para novas áreas da capital, região metropolit­ana e para o interior, além da disponibil­idade de recursos para infraestru­tura viária, urbana e habitacion­al, o que passa a existir agora com a entrada dos valores oriundos da concessão da Cedae no tesouro do estado e de dezenas de municípios.

O Médio Paraíba e o Centro-Sul com seus polos industriai­s localizado­s em áreas de grande importânci­a logística para o Sudeste brasileiro, às margens da Via Dutra e da BR040; o potencial turístico do Vale do Café; as Baixadas Litorâneas e a Costa Verde com suas belezas naturais conhecidas mundialmen­te; a Região Serrana com seu turismo qualificad­o e suas indústrias têxtil, metalúrgic­a e cimenteira; o Noroeste com seu café e suas pedras ornamentai­s; e o Norte com sua proximidad­e com as reservas de petróleo e gás. Tudo isso tem muito a contribuir com a Região Metropolit­ana, seu comércio, serviços e mercado consumidor no que diz respeito ao desenvolvi­mento do estado, desde que haja um planejamen­to dos setores público e privado, dos governos do estado e municípios, do legislativ­o e do executivo que leve em conta carências, como a falta de opções viárias no Noroeste, que obriga os veículos com destino à capital a passarem por Minas Gerais. Outras questões são o déficit habitacion­al em áreas como o Norte e a Baixada Fluminense, onde mais de 25% da população de algumas cidades não possuem um teto digno, a necessidad­e de urbanizaçã­o e saneamento na Região dos Lagos e na Costa Verde, onde patrimônio­s naturais são ameaçados, e a urgência da organizaçã­o do uso do solo na Região Serrana, onde as construçõe­s irregulare­s em encostas são um risco constante.

Quando estive na SEINFRA, debatemos justamente a importânci­a de programas habitacion­ais que requalifiq­uem conjuntos onde falta manutenção, construam unidades populares nos municípios onde há escassez de moradia e instalem áreas de lazer e convivênci­a que promovam a qualidade de vida, de contenção de encostas que trazem risco ao entorno e da reforma e construção de equipament­os públicos que façam os serviços públicos mais presentes ou que fomentem o desenvolvi­mento de diferentes áreas, como no caso do novo Museu da Imagem e do Som, para o qual obtivemos liberação do TCE para retomada das obras.

Não há dúvida de que o bom aproveitam­ento dos recursos do petróleo, o fomento às vocações e ao desenvolvi­mento regionais, a utilização dos recursos da Cedae em pautas estruturan­tes, a presença dos governos como indutores do desenvolvi­mento e companheir­os de quem mais precisa e o respeito à integridad­e e à ética são os caminhos para o Rio de Janeiro, que já possui as condições para o sucesso, mas que precisa voltar a acertar. Todo fluminense que atua na gestão pública, seja qual for a esfera de governo, a temática ou o tempo de atuação no setor, deve ter esse sucesso do estado como motivação diária.

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PAULO MÁRCIO
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Mestre em Ciência Política pela Uerj e Bacharel em Direito pela UFRJ

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