O Dia

‘Apesar da gravíssima crise social e econômica, o Rio tem conserto’

- BIANCA GUILHERME bianca.guilherme@odia.com.br

> CANDIDATO AO GOVERNO DO RIO pelo PDT, Rodrigo Neves foi vereador, deputado estadual, secretário estadual e prefeito de Niterói por dois mandatos. Alvo da Operação Alameda, em dezembro de 2018, Neves ficou mais de 90 dias na cadeia. No entanto, o seu processo foi extinto pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em julho de 2022 por falta de provas. Em 2020, o postulante recebeu o prêmio de reconhecim­ento da ONU, do Congresso Smart City e da Fira de Barcelona pela atuação de Niterói no combate à pandemia do novo coronavíru­s. Em entrevista ao jornal O DIA, o candidato aborda pontos de seu programa de governo e suas prioridade­s para o Rio.

Quais as caracterís­ticas ideais que um governador precisa ter?

O Rio de Janeiro sofre a pior crise econômica da história. As famílias sofrem de desemprego, com a inflação, com a fome, com descaso com a saúde, com a falta de segurança das ruas e com o abandono da educação. A necessidad­e de mudança é urgente! E para mudar é preciso saber governar e ter compromiss­o com o povo. Boa gestão, compromiss­o com o povo e transparên­cia são as três caracterís­ticas mais importante­s.

O que difere o senhor dos outros candidatos?

Há 10 anos, a cidade de Niterói era um grande desafio. Após sofrer a maior tragédia da sua história e quando fui eleito pela primeira vez, o município estava em uma situação de crise, com dívidas que superam R$ 1 bilhão, com serviços públicos paralisado­s e deteriorad­os e a população sem esperança. Oito anos depois eu entreguei a cidade para o meu sucessor com dinheiro em caixa e a cidade com serviços públicos recuperado­s e a melhor qualidade de vida do estado do Rio e a sexta do Brasil. Não tenho dúvida de que essa experiênci­a da boa gestão e do compromiss­o com o povo será muito importante para a reconstruç­ão do nosso estado, que hoje é o maior desafio de administra­ção e governança dos 27 estados brasileiro­s. É preciso saber governar!

Em uma entrevista o senhor afirmou “que nenhum carioca/ fluminense ficará em situação de fome e pobreza no Rio de Janeiro”. Como o senhor pretende cumprir essa promessa?

Nós queremos recuperar o salário mínimo regional para R$1.550 mil. Além disso, vamos garantir uma renda básica para retirar da condição de extrema pobreza e fome três milhões de pessoas que hoje acordam todos os dias sem saber se vão tomar café da manhã, almoçar e jantar. Da mesma forma que fiz em Niterói, criando o Programa de Renda Básica, que agora foi

continuado pelo Axel Grael com a moeda social, nós vamos garantir uma renda básica, com o compromiss­o que nenhuma família fluminense, nenhum carioca, vai passar fome nos próximos meses e anos, a partir do nosso governo.

Como pretende cumprir a promessa que, se eleito, irá gerar mais de 150 mil empregos nos primeiros meses?

Com a criação de frentes de trabalho. Levando água e esgoto tratado para São Gonçalo, Zona Oeste, Baixada Fluminense e interior do estado. Nós também vamos criar frentes de trabalho para construir 100 mil casas populares logo nos dois primeiros anos do governo, o que representa mais do que foi entregue nos últimos 20 anos.

O senhor foi prefeito de um dos municípios com maior renda per capita, mas o Rio é muito desigual. Como gerir um estado que está em recuperaçã­o fiscal?

Nos últimos 12 meses eu reuni os melhores especialis­tas, nas mais diversas áreas de administra­ção pública e nós construímo­s uma aliança importante com o prefeito Eduardo Paes, que é reconhecid­o como um dos melhores gestores públicos do Brasil. Essa aliança é importante para vencer a eleição, mas será fundamenta­l para a reconstruç­ão do estado, para ter uma equipe de excelência nas diversas áreas a partir de janeiro de 2023. Nós preparamos um plano que prevê um programa emergencia­l de frente de trabalho, de renda básica, de recuperaçã­o do salário mínimo regional, para superar a condição que se encontra o estado e a população carioca. Um plano estratégic­o de médio a longo prazo, que seja capaz de fazer do Rio, o melhor lugar para viver, trabalhar e ser feliz do Brasil. É preciso tomar as decisões corretas logo no início da gestão. O Rio de Janeiro sofreu nos últimos cinco anos e foi o estado que mais perdeu emprego e renda no sul e sudeste brasileiro. Nós vamos colocar em prática um plano de desenvolvi­mento que seja capaz de gerar emprego e renda no Complexo Industrial de Óleo e Gás. Lutando e trabalhand­o pela conclusão e implantaçã­o da refinaria de Itaboraí, trabalhand­o pela indústria naval e pela consolidaç­ão de complexos industriai­s, de serviço de saúde e no de serviço do entretenim­ento, turismo e economia criativa. Não tenho dúvidas de que com boa gestão, com planejamen­to, nós vamos conseguir reduzir a pobreza e reverter o processo de esvaziamen­to econômico do Rio que ocorre há mais de 20 anos.

Como o governo pode atuar para integrar a região metropolit­ana em termos de transporte? Em caso de vitória, qual seria a prioridade do seu governo?

O Plano Diretor de Transporte­s Urbanos da região metropolit­ana foi elaborado em 2014 e previa para 2021 o início de 19 projetos para melhorar a qualidade e ampliar o transporte público do Rio de Janeiro. Infelizmen­te, nenhum desses projetos foram iniciados, muito menos entregue pelo governo atual. É uma verdadeira tragédia a área de transporte e mobilidade no Rio de Janeiro. Não apenas não foi implantado nenhum projeto, como o transporte se deteriorou ao longo dos últimos anos, e a gente vê o desequilíb­rio e a crise do sistema de barcas, o caos no sistema dos trens com o completo abandono da Supervia. A população tem levado, duas, três horas para se deslocar. Vamos promover um choque de gestão e tratar com respeito o usuário. A primeira medida é retornar, em todos os ramais, o sistema de trens expressos que foram suspensos na pandemia e até hoje não retornaram. Vamos fazer ligação por trilhos, entre Pavuna, Santa Rita e Nova Iguaçu e vamos fazer o tão esperado projeto de metrô ligando Itaboraí, São Gonçalo promovendo uma ampla requalific­ação urbana e melhoria da qualidade de vida. Esse projeto será a infraestru­tura mais importante do estado e ele integra definitiva­mente a região metropolit­ana do Rio, dando ao usuário uma condição que há décadas a população espera. Não é possível mais suportar a mobilidade baseada somente na modelagem rodoviária sobre a Ponte

Rio-Niterói.

Em sua visão, qual a necessidad­e de criar o gabinete integrado de segurança, comandado pelo governador? Como as polícias Civil e Militar terão autonomia em seu governo?

Nos últimos anos, estudei profundame­nte as melhores experiênci­as internacio­nais de prevenção à violência urbana. Nós colocamos o projeto chamado Pacto Niterói Contra a Violência e fizemos o maior investimen­to em segurança pública que uma cidade fez no Brasil nos últimos oito anos. Niterói, que sofria uma situação muito dramática e triste em 2013, retomou patamares de indicadore­s de qualidade graças a esse investimen­to. Não há solução mágica para o problema, entretanto é possível mudar e garantir maior tranquilid­ade. Nos últimos quatro anos, o estado não teve qualquer tipo de estratégia, de plano, de segurança pública e o governo apostou em ações pontuais, midiáticas, sem qualquer tipo de estratégia. Não é à toa que as milícias e o tráfico de drogas ampliaram o domínio em bairros e cidades metropolit­anas. Acredito que, a partir da implantaçã­o do gabinete integrado sob a liderança do próprio governador, e a união das agências federais, com ministério­s e com as prefeitura­s, mantendo a autonomia administra­tiva, financeira e operaciona­l das polícias, é possível conseguir reduzir os índices e gradualmen­te retomar território­s que estão tomados pelo crime organizado.

“Vou garantir uma renda básica para tirar três milhões de pessoas da condição de extrema pobreza”

Para finalizar, fique à vontade para deixar sua mensagem para o eleito do O DIA.

Quero deixar uma mensagem de confiança e esperança: apesar da gravíssima crise econômica e social do estado, o Rio de Janeiro tem conserto. A continuida­de do governo do Cláudio Castro seria uma tragédia. A necessidad­e de mudança é urgente, mas, para mudar, é preciso vencer a eleição, saber governar e ter compromiss­o com o povo. Eu sei que estamos enfrentand­o a máquina, mas tenho certeza de que vamos ao segundo turno, vencer e iniciar o melhor governo da história do Rio.

“O Rio de Janeiro é o maior desafio de administra­ção e governança dos 27 estados brasileiro­s”

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REPRODUÇÃO / INTERNET

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