O Dia

Livre para viver

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configura uma traição hoje em dia? Às vezes uma traição pode ser algo que não é encontrar um amante e trair sexualment­e alguém. Ela pode ser uma traição de ‘caminhos’. Acredito muito no diálogo”.

ENCONTRO DAS BRUACAS

Isabel conheceu pessoalmen­te Ângela Leal, intérprete de Maria Bruaca na primeira versão da novela, em 1990, no aniversári­o de Júlia, de 8 anos, filha de Leandra Leal [filha de Ângela] e de seu ex-marido Alê Youssef, no fim de julho.

“Me emocionei muito. Tenho admiração pela Ângela, pela atriz que ela é, pelo trabalho que ela fez nessa novela, em particular, e pela mulher que ela é, cidadã. Combinei com ela que a Maria Bruaca, essa de 2022, é nossa. É uma criação nossa. Ganhei de presente isso (o encontro) da Rita Wainer. Ela é amiga da Leandra e me levou pra conhecer pessoalmen­te a Ângela. Pude abraçar, conversei com ela, dei muita risada. É uma pessoa inteligent­íssima, humorada. Foi um encontro lindo, de família”, relembra.

MEMES DA PERSONAGEM

Maria Bruaca é uma ‘fábrica de memes’. Alguns trechos das cenas da personagem ganham destaque nas redes sociais e divertem Isabel Teixeira. “Acho muito legal. Adoro os memes com a Maria Bruaca”, afirma a atriz, que cita seus favoritos. “Tem um em que ela está com o copinho na mão. Ela bebe e faz cara de marota. Eu adoro esse. Era uma cena pequeninin­ha, nunca ia imaginar que esse trechinho ia virar um meme. Ou aquele que ela aparece de costas, falando: indo chifrar o Tenório”.

A artista também vibra com o sucesso do folhetim entre os internauta­s. “Novela é um dos trabalhos mais coletivos que existem no mundo. Essa é sucesso porque o público escreve junto. Eles estão gostando de ver, comentam e escrevem sobre ela nas redes sociais. A criação desses memes, pra mim, faz parte dessa escrita do público. Acho muito alto astral, engraçado. Me emociono pensando na criativida­de do brasileiro, no humor.”

DOM DA INVISIBILI­DADE

A artista nem sempre é reconhecid­a nas ruas. “Ando muito por Copacabana [Zona Sul do Rio] e pelo Minhocão [em São Paulo]. Teve um dia que saí domingo, às 17h30. Fecharam a calçada de Copacabana, ia ter um show do Alceu Valença. Estava um movimento... Desci pra tomar um ar. Gosto de olhar a rua, ver as pessoas, de passear. Ninguém me reconheceu. Isso é meio o dom da invisibili­dade.”

Contudo, quando é notada pelos fãs, Isabel adora o reconhecim­ento. “As pessoas me param, vêm conversar. Você não sabe o que é. Você está andando na rua e cruza o olhar com uma pessoa, que te reconhece. Ela vem com uma alegria falar comigo. Acho isso um presente. Aproveito cada segundo desses momentos. Posso até estar cansada, mas acho gostoso, generoso, alegre. Amo.”

FILHOS

Mãe de Diego, de 18 anos, e Flora, de 11, Isabel assume que é coruja e comenta seu papel na vida dos filhos.

“Sou super coruja. Ao mesmo tempo, lido com quem sou. Sou uma mãe que gosta de trabalhar. Eles cresceram me vendo trabalhar, sair, trilhar o caminho que escolhi. Sempre fui coerente com meus sonhos. Nem sempre é fácil, um mar de rosas, um romance eterno, é uma coisa dificílima. Viajei muito. Eles viam que eu viajava e voltava. Sou uma mãe que deixa a vida estruturad­a também. Falo pra eles: a gente tem que estar no mundo, a gente não é do mundo. E para estar no mundo, a gente tem nossas obrigações, tem data para pagar conta, entregar prova, esse é o sistema”, destaca.

RELAÇÃO COM OS PAIS

Filha do cantor Renato Teixeira e de Alexandra Corrêa, a atriz fala sobre a relação com os pais. “Minha mãe me criou com muita coragem, amor, alegria. Ela era solar.

Minha relação com meu pai é mais pela palavra, poesia, conversa. Escutei muito meu pai a vida inteira e ainda escuto muito. Adoro falar com ele. Não fui criada com ele na mesma casa, mas a gente se fala praticamen­te todos os dias. Até hoje. Isso é muito importante pra mim”, afirma.

A artista conta que Renato assiste ao remake de “Pantanal”. “Ele assiste por minha causa, mas acho que ele gosta do gênero da novela, porque ele também já escreveu uma novela. Ele ficou muito envolvido com a primeira versão de “Pantanal”, com o Jayme (Monjardim). Meu pai escreveu uma novela com o Jayme, chamada “Flor de Cera”, que ainda não foi feita. Ele tem o universo da novela como uma maneira de se comunicar pela palavra com o público. Isso é o que ele sabe fazer de melhor”.

VAIDADE

Em julho deste ano, Isabel estrelou sua primeira campanha publicitár­ia para uma marca de cosméticos. A atriz revela que chegou a ficar dez anos sem se maquiar. “A campanha foi feita de uma maneira muito delicada. Fui super acolhida. E estava tocando em um lugar na minha relação com a vaidade. Varia tanto. Fiquei anos sem me maquiar. Inclusive fazendo teatro. Antes me maquiava muito e amava. Depois, larguei, fui ficando mais velha. Fiz umas três peças, durante dez anos, sem me maquiar. E achava lindo estar de cara lavada. Me empolguei. Pinto meu cabelo desde os 24 anos e fiquei uns oito anos sem pintar pra ver como estava, que grisalha era essa que sempre fui e nunca deixei aparecer”, recorda.

Todavia, tudo mudou quando ela atuou em ‘Desalma’ e ‘Amor de Mãe’, na TV Globo. “Tinha muita maquiagem e gostei. Quando vou pra Globo, adoro chegar na maquiagem... Fiz amizades na sala de maquiagem, tenho carinho por algumas mulheres que estão ali. É uma coisa que não é vaidade. É o ato de maquiar, de conversar.”

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Com o pai, o cantor e compositor Renato Teixeira em de Isabel agradou co e rendeu memes

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