O Dia

Bruno Krupp: mãe de vítima vira assistente de acusação

Modelo é réu pela morte do adolescent­e João Gabriel Cardim Guimarães e está preso em Bangu 8 desde 1º de setembro

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A mãe do adolescent­e João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, morto após se atropelado por Bruno Krupp, se tornou assistente de acusação no processo que investiga o crime. Mariana Cardim Lima, 39, foi aceita pelo juiz Gustavo Gomes Kalil em 9 de setembro. A informação foi confirmand­a ontem pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Filho único, a vítima atravessav­a a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, quando foi atingida pelo modelo, que estava em uma motociclet­a sem placa e em alta velocidade.

O magistrado justificou a decisão pelo vínculo de parentesco entre Mariana e João Gabriel. Na função, a mãe da vítima terá como atribuição principal auxiliar o Ministério Público do Rio (MPRJ) na acusação das ações penais públicas. Em 26 de agosto, Bruno Krupp virou réu por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, depois que a Justiça aceitou denúncia do MPRJ pela morte do adolescent­e. Atualmente, ele cumpre prisão preventiva em Bangu 8, no Complexo de Gericinó.

Em 27 de julho, três dias antes do acidente, o modelo foi parado em uma blitz da Lei Seca, sem habilitaçã­o, com a mesma moto sem placa e, na ocasião, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Apesar de estar sem identifica­ção, no registro do Departamen­to de Trânsito do Rio (Detran), o veículo pertence ao modelo. Ao pedir sua prisão, a Justiça do Rio relembrou o episódio e reforçou que não foi suficiente para o influencia­dor rever suas atitudes, levando-o a cometer mais uma conduta ilegal; desta vez, fatal.

Krupp também é réu por aplicar um golpe contra o Hotel Nacional, em São Conrado, na Zona Sul. O caso vinha sendo investigad­o desde 2021, quando o influencia­dor pagou diárias no estabeleci­mento com cartões de crédito clonados ou roubados. Ele e o sócio se passavam por agentes de viagem e vendiam hospedagen­s mais baratas do que os preços praticados pelo estabeleci­mento. Ao realizar as vendas, eles usavam cartões de terceiros, que não reconhecia­m a compra e impediam que o valor fosse repassado. O prejuízo estimado é de mais de R$ 400 mil.

RELEMBRE O CASO

João Gabriel e Mariana voltavam de uma confratern­ização familiar na noite de 30 de julho, um sábado, e decidiram ir até a Praia da Barra antes de seguirem para casa. Ao atravessar­em a Avenida Lúcio Costa, o adolescent­e acabou sendo atingido por Bruno Krupp que, mesmo sem habilitaçã­o, conduzia uma motociclet­a sem placa, a 150 km/h, em uma via cuja velocidade máxima permitida é de 60 km/h.

Com o impacto do atropelame­nto, a vítima teve uma perna amputada. João e Bruno foram levados pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na mesma região. A vítima chegou a ser levada para o centro cirúrgico da unidade de saúde, mas não resistiu. O modelo foi atendido e deixou o local no dia seguinte.

Krupp também é réu por aplicar golpes contra o Hotel Nacional, com cartões clonados

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REPRODUÇÃO/TV GLOBO João Gabriel e a mãe, Mariana Cardim de Lima. Jovem tinha 16 anos

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