O Dia

‘Sou o único realmente preparado para representa­r o Rio no Senado’

- GABRIELA NETO gabriela.lacerda@odia.com.br

ÚLTIMO CANDIDATO AO SENADO A PARTICIPAR DA SABATINA DE O DIA,

Romário (PL) busca a reeleição após o primeiro lugar em 2014, com mais de 4,6 milhões de votos. A vida política do ex-jogador começou em 2011, quando foi eleito deputado federal pelo PSB. O motivo para se aventurar em um campo totalmente diferente do verde dos gramados foi a filha caçula Ivy, que nasceu com Síndrome de Down. Desde então, defender os interesses das pessoas com deficiênci­a tem sido uma de suas bandeiras. Romário disse estar “sempre na área” para as necessidad­es da população e afirmou ser o “único que realmente pode continuar fazendo” um “trabalho de grande relevância para o estado”. O senador rebateu os adversário­s: “As críticas eu vou escantear e seguir com meu pensamento, meu trabalho e minha fé”.

Qual é a questão mais urgente do Rio de Janeiro?

O regime de recuperaçã­o fiscal é de muita importânci­a e acredito que o governador Cláudio Castro está totalmente voltado para resolver esse problema. Também não posso deixar de falar sobre as pessoas passando fome, desemprega­das e com dificuldad­e. O Rio tem problemas grandes e antigos, mas a maior questão é a social, que se traduz em gerar empregos e melhorar a Saúde.

Como todo mundo sabe, meu apoio é do Castro e do Bolsonaro. Vamos sempre pensar nisso como ‘plano A’”

Se reeleito, como pretende levar essas bandeiras ao Senado?

A Saúde é uma situação bem delicada. O cuidado com pessoas com deficiênci­a, a Educação, o Esporte, são bandeiras que eu carrego desde o início e não posso abandonar. Também estarei sempre pronto para atender às necessidad­es do momento. Recentemen­te aprovamos uma lei que derruba o rol taxativo e garante a cobertura de tratamento­s e terapias pelos planos de saúde, sobretudo para as pessoas com doenças raras e os autistas. Isso aconteceu após decisão do Superior Tribunal de Justiça (que permitiu que os planos de saúde negassem tratamento­s fora da lista da ANS). Eu apresentei um projeto de lei para derrubar a decisão. Fui indicado como relator pelo presidente do Senado e meu relatório foi aprovado por unanimidad­e. Estou sempre atento às necessidad­es da população. Como costumo dizer, tenho que estar sempre na área.

Tem mais alguma pauta que o senhor pretende levar à Câmara Alta?

Toda e qualquer pauta que for do interesse do estado. Qualquer coisa que aparecer vou estar sempre atento. Esse tem sido meu papel e com certeza vou continuar fazendo.

Qual é a sua opinião sobre as emendas RP-9, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”?

Eu sou 100% a favor da transparên­cia. A população que vota no parlamenta­r tem o direito de saber para onde vai o dinheiro. Eu nunca tive problema em relação a isso, porque tudo o que mandei para o Rio nesses quase 12 anos de política foi muito transparen­te. Eu fui, sou e sempre serei a favor da transparên­cia. Quando nos envolvemos com dinheiro público, temos por obrigação ser o mais transparen­te possível.

Como pretende aproximar o governo federal do estadual, caso os candidatos que o senhor apoia para o Governo do Rio e à Presidênci­a não sejam eleitos?

A função do senador é levar as pautas do estado para Brasília e fazer com que elas sejam atendidas. É claro que estamos nos esforçando para que o presidente Bolsonaro e o governador Cláudio Castro sejam reeleitos. Porém, se isso não acontecer é indiferent­e. Nós estamos em um time e a gente torce para que o resultado seja positivo. Mas, enquanto senador, eu tenho que continuar ajudando o meu estado e é isso que vou fazer. Como todo mundo sabe, meu apoio é do Castro e do Bolsonaro. Vamos sempre pensar nisso como “plano A”, a gente hoje não tem “plano B”.

O senhor teria uma dívida de mais de R$ 1,2 milhões na Procurador­ia Geral da Fazenda Nacional e, por conta disso, algumas pessoas disseram que o senhor não seria capaz de exercer um cargo público. Até que ponto acha que a forma de administra­r o próprio patrimônio pode influencia­r na forma de gerenciar as questões de interesse público?

Essa dívida já foi de R$ 1,5 milhões, mas já comecei a pagar e hoje está nesse valor. Estou questionan­do ela e aguardo a manifestaç­ão dos respectivo­s juízos. Então, a qualquer momento posso ganhar. Em todos esses anos exercendo um cargo público, nunca tive nenhuma condenação por mau uso de recursos; muito pelo contrário: sou o senador que mais trouxe recursos para o estado. Atualmente, quase 92% dos brasileiro­s têm algum tipo de dívida e eu faço parte deste grupo. Sei muito bem diferencia­r uma coisa da outra. Vou continuar pagando minhas dívidas e nunca misturando meu papel de cidadão com o de senador.

O senhor foi criticado por adversário­s por não ser realmente conservado­r, e ter aderido a esse campo político apenas recentemen­te. O que o senhor tem a dizer?

Quem me acompanha sabe que sou coerente e não é novidade que sempre fui contra pautas como o aborto e as drogas. Eu tenho uma filhinha com Síndrome de Down, meu maior presente, inclusive é por causa dela que estou na política. Existem pessoas que pensam em aborto quando descobrem que seu filho tem algum tipo de deficiênci­a. Eu não posso ser a favor disso, não posso compactuar com essa atitude covarde. Meus adversário­s não têm proposta para defender ou trabalho a apresentar: um defende propostas inconstitu­cionais; o outro só fala do seu candidato a presidente; e o outro passou os quatro anos na Câmara só falando mal do atual presidente. Por isso eles ficam nesse jogo baixo, atacando minha fé que sempre foi expressada publicamen­te. Sou grato a Deus e me sinto confortáve­l por estar alinhado com pessoas que pensam da mesma forma. O que os adversário­s têm a dizer, isso aí eu vou escantear e continuar o meu pensamento, o meu trabalho e a minha fé.

Em 2018, o senhor lançou sua candidatur­a ao governo do Rio. Porque este ano decidiu tentar a reeleição como senador ao invés do cargo de chefe do Executivo Fluminense?

Essa foi a minha terceira eleição e a primeira derrota. Eu enxerguei a possibilid­ade de ajudar o meu estado de forma diferente. Como governador e com o poder da caneta, eu teria um resultado muito mais positivo. Mas hoje, por exemplo, estou na frente dos meus adversário­s, com 30% das intenções de voto. Eu tenho um respeito muito grande por todos, mas posso afirmar que nenhum candidato está melhor preparado e tem mais experiênci­a que eu, até porque nenhum deles nunca foi senador. A minha decisão de tentar a reeleição é porque acredito no meu trabalho, acredito que a votação expressiva que tive em 2014 também é uma evidência de ser reeleito. Eu tenho trabalho prestado. Fui presidente da Comissão de Educação, da Comissão de Assuntos Sociais. Atualmente sou o segundo vice-presidente da Casa Alta. Sou o senador recordista do Rio de Janeiro em enviar emendas para o estado, inclusive na área da Saúde.

Quem me acompanha sabe que sou coerente e não é novidade que sempre fui contra pautas como o aborto e as drogas”

Eu sou 100% a favor da transparên­cia. A população que vota no parlamenta­r tem o direito de saber para onde vai o dinheiro”

Pretende ainda se lançar ao Poder Executivo?

Não. Eu desejo ser reeleito e cumprir com muita dignidade e trabalho esses próximos oito anos. Já que acabou não dando certo na primeira vez, vou continuar no Senado ajudando meu estado da maneira que eu entendi ser a melhor forma de poder contribuir com a população.

Qual a mensagem que o senhor quer deixar hoje para os eleitores?

Quero dizer que podem continuar confiando em mim. É uma eleição difícil, mas a gente vai até o dia 2 de outubro trabalhand­o muito. Já gostaria de agradecer esses 30% de intenções de voto e dizer que trabalho prestado mais do que eu, hoje no estado ninguém tem. A mensagem é que sou o único que realmente está preparado, o único que pode continuar fazendo esse trabalho de grande relevância para o Rio.

Gostaria de dizer mais alguma coisa?

Eu queria dizer aos meus adversário­s que todos os ataques que eles vêm fazendo, eu tenho demonstrad­o ao longo desses quase 12 anos que são ataques sem nenhum tipo de cabimento. E que eu sou um cara da paz, mas na guerra eu funciono muito bem. Eles vão ver isso ao longo desses últimos dias de campanha.

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EDILSON RODRIGUES / DIVULGAÇÃO

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