O Dia

Orçamento secreto leva verba do câncer

Recursos destinados a ações contra a doença reduziram 45%

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Ocorte de despesas promovido pelo Governo Federal para acomodar os R$ 19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto, usado para acordos políticos, atingiu os recursos destinados a investimen­tos para prevenção e controle do câncer, historicam­ente a segunda doença que mais mata no país. As informaçõe­s são do Estadão. Segundo a publicação, a verba foi reduzida em 45%, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, em 2023.

Os recursos fazem parte de um dos programas considerad­os como “estratégic­os” pelo Ministério da Saúde, a Rede de Atenção à Pessoa com Doenças Crônicas - Oncologia. Anualmente, a própria pasta costuma recorrer a deputados e senadores para turbinar as verbas do programa, agora à míngua, por meio das emendas parlamenta­res individuai­s ou de bancada.

Com a rubrica “estruturaç­ão de unidades de atenção

especializ­ada”, atingida pela tesourada, o Ministério da Saúde repassa dinheiro a governos estaduais, prefeitura­s e entidades sem fins lucrativos para implementa­r, aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalar­es e ambulatori­ais. A verba pode bancar a construção, ampliação, reforma e aquisição de equipament­os e materiais permanente­s.

O governo reservou para este ano R$ 520 milhões para todas as ações, que foram reforçadas por emendas

e chegaram a R$ 1,9 bilhão. Em 2023, o governo reservou apenas R$ 202 milhões, somados todos os planos de aplicação, uma queda de R$ 318 milhões.

Além do controle do câncer, o governo reduziu a reserva de dinheiro público para incrementa­r a estrutura de hospitais e ambulatóri­os especializ­ados que fazem parte de redes focadas em outros três grupos: a gestantes e bebês, a Rede Cegonha; a dependente­s de drogas e portadores de transtorno­s

mentais, Rede de Atenção Psicossoci­al - Raps; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiênci­a, voltado para reabilitaç­ão. As três são considerad­as “estratégic­as”.

Entre os equipament­os que costumam ser adquiridos com recursos do programa estão tomógrafos, aparelhos de raio-X, de ressonânci­a magnética, de megavoltag­em para radioterap­ia, macas, cadeiras de rodas, incubadora­s, oxímetros, ventilador­es pulmonares e outros.

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MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL No caso do Farmácia Popular, verba caiu de R$ 2,4 bilhões para R$ 1 bilhão, um corte de 59%

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