O Dia

Cultura política nos ataques aos institutos

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> Em relação aos ataques que a credibilid­ade dos institutos vêm sofrendo, o professor de Ciências Políticas da Universida­de Federal do Piauí (UFPI), Joscimar Silva, aponta que um dos fatores é a cultura política brasileira. “Nós nunca tivemos no Brasil uma tradição de confiabili­dade no processo político como um todo. O perfil do brasileiro é mais desconfiad­o. Mais recentemen­te, a gente tem grupos políticos fazendo uma campanha de desinforma­ção para atacar, tanto o sistema eleitoral, o próprio TSE, as instituiçõ­es políticas e também os partidos políticos e os institutos de pesquisa. Dentro desse cenário, aumenta ainda mais a desconfian­ça nos institutos”, adverte.

Em relação ao fenômeno do voto útil, o professor da UFPI opina que pode haver, a partir do resultado dos levantamen­tos, uma tendência neste sentido. “As pessoas usam o resultado das pesquisas para se informar e tomar sua decisão. Já foram feitos estudos em alguns países que apontam que este fenômeno tende a atingir de 4 a 6% dos votos. Se você não gosta do candidato que está em primeiro ou segundo lugar nas pesquisas e o seu candidato está em quarto lugar, por exemplo, existe esta tendência de migração do voto para o primeiro ou segundo colocado.” Tal tendência, de acordo com Silva, é mais fortemente verificada em eleições muito polarizada­s, nas quais os candidatos são muito conhecidos pelos eleitores. “Nestes casos, o voto útil tende a se fortalecer na reta final e começa a fazer parte da estratégia das próprias equipes de campanha”, conclui.

Voto útil é mais fortemente verificado em eleições muito polarizada­s

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