Bope investiga agressão de PMs a mototaxistas
Policiais foram flagrados atacando os homens com socos e pontapés em protesto
Ocomando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) instaurou procedimento para investigar as circunstâncias em que policiais militares da unidade foram flagrados agredindo mototaxistas no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte do Rio, na última sexta-feira. O ataque foi registrado durante um protesto, após um suspeito ter sido baleado em uma operação da Polícia Militar na comunidade.
Nas imagens que circulam nas redes sociais, os militares do Bope “encurralam” os mototaxistas em uma parede e os agridem com socos e pontapés. De acordo com relatos nas redes sociais, a manifestação teria sido ordenada por traficantes, que mandaram ainda fecharem o comércio e igrejas. Nas últimas quinta e sexta-feira, a PM atuou na comunidade por conta da tentativa de criminosos do Morro do Dezoito tomarem o controle total do Morro do Fubá.
Neste domingo, o Batalhão de Ações Com Cães (BAC) reforçou o policiamento no Morro do Dezoito, onde não houve registro de prisões, apreensões ou novos confrontos. Já o 9º BPM (Rocha Miranda) realiza patrulhamento nos morros do Fubá e do Campinho, além de nas favelas da Caixa D’Água e do Saçu.
Desde o início do ano, o
Comando Vermelho e a milícia do “Tico e Teco” tentam assumir o domínio completo do Morro do Fubá. O local era comandado pelos milicianos, mas a traição de um integrante da organização criminosa facilitou a invasão dos traficantes, liderados por Rafael Cardoso Valle, o “Baby”, gerente do Morro do Dezoito. Atualmente, cada grupo chefia uma parte da comunidade, com o tráfíco na parte alta e os paramilitares na baixa.
“Baby” é do Morro do Urubu, em Pilares, e conhecido por um perfil violento. Ele costuma organizar assaltos, ataques a policiais e homicídios na região. Por também ter atuado no Complexo da Penha, ele recebeu investimento do “Tropa do Urso” grupo de traficantes do chefe do tráfico da Vila Cruzeiro, Edgar Alves, o “Doca” - para expandir os domínios da facção para Cascadura e Piedade, onde milicianos estavam estabelecidos.
Para conseguir tomar essas áreas, os criminosos liderados por Rafael usaram como base as favelas do Saçu, Lemos de Brito, Caixa D’Água e o Morro do Dezoito, que haviam sido retomadas recentemente pelo Comando Vermelho. Ao invadirem o Fubá, os traficantes teriam conseguido tomar uma casa que seria utilizada por “Leléo”. No imóvel, eles deixaram uma pichação com a frase “Baby, o terror das milícias”.