Cientistas alegam que estudos têm conflito de interesse
O Brasil faz parte de um grupo de 32 nações que vetam o comércio do produto, a exemplo da Índia, México e Argentina. Outras 79 — como EUA, Reino Unido e Canadá - liberaram com maior ou menor grau de restrição, conforme relatório da OMS. Onde foi liberado, como o Reino Unido, veem redução de danos na comparação com o cigarro tradicional.
Estudo de 2015 divulgado pela agência do serviço de saúde britânica, a PHE, indicou que cigarros eletrônicos seriam 95% menos prejudiciais do que o tabaco - os dados, usados como argumento pela liberação, foram contestados por cientistas, por suposto conflito de interesses.
“Para o estudo em questão, identificou-se que os autores possuíam conflito de interesse com a indústria do tabaco; e que não houve revisão por pares dos resultados, e que as evidências do estudo não haviam seguido todo o rigor metodológico científico para a sua utilização”, esclarece Stefânia Schimaneski Piras, Gerente Geral de Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos, Derivados ou Não do Tabaco da Anvisa.
Mas fabricantes dos dispositivos, no Brasil, reafirmam o argumento de que eles oferecem risco reduzido à saúde, comparados ao cigarro tradicional, e por isso deveriam ser liberados como alternativa para uso adulto.
“Há pesquisas internacionais, substanciadasporórgãosdesaúde pública, que demonstram a redução do risco para quem opta por cigarros eletrônicos regulamentados. (...) O produto não é inócuo,maséinegávelopotencial de redução de risco em relação aos convencionais quando adequadamente regulamentado”, afirma Lauro Anhezini Jr., gerente sênior de Assuntos Científicos e Regulatórios da BAT Brasil.