ÁGUA SEM GEOSMINA
Objetivo é evitar o que aconteceu nos últimos dois anos, quando a Região Metropolitana sofreu com água de cor escura, com mau cheiro e gosto ruim na estação mais quente do ano
ACompanhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) se preparou ao longo de todo 2022 para que a população não volte a sofrer com água de cor escura, com mau cheiro e gosto ruim no próximo verão. Nos últimos dois anos, a presença da geosmina e do 2-Metil-Isoborneol (MIB) no Rio Guandu afetou a qualidade da água na Região Metropolitana do Rio durante a estação mais quente do ano. Desde então, medidas vêm sendo adotadas para garantir que a distribuição não seja mais afetada.
Segundo o diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumura, a geosmina e o MIB são compostos orgânicos gerados por cianobactérias, conhecidas também por algas azuis, que sobrevivem em água parada, em altas temperaturas e que tenha nutrientes para que se alimentem. A principal causa da presença delas é a poluição nos focos hídricos dos afluentes do Rio Guandu, de onde é captada a água que abastece nove milhões de pessoas na cidade do Rio e na Baixada Fluminense.
Medidas vêm sendo adotadas para garantir que a distribuição não seja mais afetada
Quando começou, a gente pegava as análises e levava para laboratórios terceiros. Esses laboratórios tinham uns prazos de três a sete dias para gerar o resultado” DANIEL OKUMURA, diretora da Cedae
“O problema da geosmina que a gente teve nos verões de 2020, 2021 chegou a ter, também, mas menos agressivo, é, principalmente, a questão da poluição dos focos hídricos que abastecem a Estação de Tratamento de Água do Guandu, principalmente os afluentes do Rio Guandu, sejam eles os rios Poços e Queimados ou o Ipiranga, que passam por regiões de Japeri, Queimados e Nova Iguaçu, que é uma área com grande densidade habitacional e pouca coleta de esgoto ainda”, explicou o Okumura.
De acordo com o diretor, nos dois últimos verões, havia dificuldade no combate à proliferação das algas por conta da demora no resultado das análises da presença delas na água, que eram enviadas para laboratórios e levavam até sete dias para ficarem prontas. Atualmente, o diagnóstico da qualidade da água, em relação ao gosto e odor, contagem e identificação de espécies de cianobactérias e concentração de geosmina e MIB é realizado em apenas um dia, na Estação de Tratamento (ETA) do Guandu, em Nova Iguaçu.
“Quando começou, a gente pegava as análises e levava para laboratórios terceiros. Esses laboratórios tinham uns prazos de três a sete dias para gerar o resultado. Então, a gente só tinha o resultado de tudo o que tinha acontecido sete dias depois. Você tinha um delay (atraso) ali de sete dias e isso prejudicava a nossa tomada de ação”, disse o diretor.