Gilberto Gil é hostilizado por bolsonaristas no Catar
Um dos agressores do cantor e da mulher dele é empresário de Volta Redonda
Um dos homens que atacou o cantor Gilberto Gil no Catar, durante a estreia do Brasil na Copa do Mundo 2022, na última quinta-feira, no estádio Lusail Iconic, foi identificado ontem. Ranier Felipe dos Santos Lemache é empresário de Volta Redonda e tem duas franquias de alimentação na cidade, uma do Spoleto, de comida italiana, e outra da pizzaria Domino’s.
No vídeo das ofensas a Gil, é ele quem aparece com uma camisa da seleção escrita “Papito Rani” nas costas. O empresário e mais alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) agrediram o cantor com gritos e xingamentos: “Vem, vem. Você ajudou o Brasil pra c... Vamo lá. Vai lá. Valeu, Lei Rouanet. Obrigado, filho da p...”, diz um dos brasileiros no vídeo gravado pelos próprios agressores.
Um perfil no Instagram chegou a ser criado para ajudar nas buscas de “Papito Rani”. Gil estava acompanhado da mulher, Flora, e de dois netos, Francisco Gil e João Gil. No sábado, a família assistiu à partida entre Argentina e México, em Doha. Nas eleições presidenciais de 2022, o cantor declarou voto em Lula. Ele foi ministro da Cultura ducontra
rante a gestão do petista entre 2003 e 2008.
O amigo Caetano Veloso criticou a ação dos bolsonaristas e cobrou punição aos ofensores.
Flora Gil também opinou sobre o futuro dos bolsonaristas que proferiram ataques
ela e seu marido. Em resposta ao youtuber Felipe Neto, a empresária afirmou que espera vê-los pagar pela violência.
“Já passou da hora do poder legislativo criar um projeto de lei contra esses delinquentes que jogam ódio contra
pessoas na rua por motivos políticos. Não dá em nada! Se existe crime contra a honra por injúria, isso aqui deveria ser muito mais grave!”, iniciou Felipe Neto no Twitter. “A Hora deles vai chegar, Felipe”, respondeu Flora, ao retweetar o youtuber.