PM abre investigação sobre acesso que atirador teve às armas do pai
Segundo pai do adolescente, filho não demonstrou emoção após cometer o crime
A Corregedoria da PM do Espírito Santo abriu ontem procedimento administrativo para apurar as circunstâncias em que o adolescente de 16 anos de idade teve acesso às armas do pai para atacar covardemente duas escolas no distrito de Coqueiral, em Aracruz, na última sexta-feira. Ele usou duas armas de responsabilidade do pai, que é PM, um revólver de calibre .38 de propriedade privada, e uma pistola .40 pertencente à PM. Quatro pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas.
A Polícia Civil investiga a conduta ou omissão dos pais sobre a atuação do atirador. O adolescente informou à polícia que sempre que tinha oportunidade de ficar sozinho em casa manuseava as armas do pai. De acordo com a Agência Brasil, as autoridades policiais informaram que as armas estavam escondidas no quarto dos pais, uma delas com um cadeado. Durante o atentado o adolescente usava símbolos nazistas. Também foram encontrados conteúdos semelhantes em seu celular.
Ontem, o pai do atirador revelou que seu filho não apresentou nenhuma emoção após ter cometido o crime. Em entrevista ao ‘Estadão’, ele se desculpou com as famílias das vítimas e disse que será punido por omissão da cautela sobre as pistolas às quais o jovem teve acesso.
“Meu mais profundo sentimento de pesar. Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer esse atentado. Se eu pudesse, pediria para cada família o perdão para meu filho, apesar de saber que diante de tamanha dor isso é algo impossível. Gostaria de poder pedir o perdão e dar minha explicação para cada parente das vítimas, mesmo que fosse em vão”, comentou.
O pai do atirador alegou que a família passou a sofrer ameaças e também uma série de fake news.