O Dia

OPERAÇÃO FIM DA LINHA PARA CHEFES DO JOGO DO BICHO

Contravent­or e ex-presidente da Unidos de Vila Isabel é o principal alvo. Coronel e ex-secretário da PM também está na mira do MPRJ. Dez acusados foram presos

- PEDRO MEDEIROS pedro.medeiros@odia.com.br

OMinistéri­o Público do Rio deflagrou ontem a Operação Fim da Linha contra a máfia do jogo do bicho. O principal objetivo era prender Bernardo Bello, apontado como um dos chefes da contravenç­ão do Rio e ex-presidente da Unidos de Vila Isabel. Dez pessoas foram presas de um total de 26 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão contra integrante­s de organizaçõ­es que praticam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro obtido com a exploração de jogos de azar. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializ­ada em Crime Organizado do TJRJ. Bello não havia sido encontrado até ontem à noite. Na casa de um dos denunciado­s, o MPRJ encontrou R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil).

Rogério Figueredo de Lacerda, coronel da PM e ex-secretário estadual da corporação, também foi alvo de buscas. Até o fechamento da edição, não havia informação do motivo e se o PM fora localizado. Figueiredo havia sido empossado em janeiro de 2019 pelo então governador Wilson Witzel. Em agosto de 2021, troca no comando da pasta deu lugar ao coronel Luiz Henrique Pires. À época, Figueiredo era o último remanescen­te do secretaria­do de Witzel.

A operação foi realizada pelo Gaeco, o Grupo de Atuação Especializ­ada de Combate ao Crime Organizado, com o apoio da Coordenado­ria de Segurança e Inteligênc­ia, do Grupo Especial de Investigaç­ões Sensíveis, Gise, da Polícia Federal, e do Gaeco de Santa Catarina. A investigaç­ão foi instaurada para apurar, inicialmen­te, crimes praticados por contravent­ores que exploram jogos de azar, após notícia crime sobre bingo clandestin­o que funcionari­a em Copacabana com a permissão de PMs.

Foi identifica­do o responsáve­l por confeccion­ar as cartelas

Investigaç­ões apontaram três núcleos (Olímpico, Cascadura e Saens Pena) de organizaçã­o

para estabeleci­mentos ilegais explorados por várias organizaçõ­es criminosas no Rio, inclusive o bingo de Copacabana. Para viabilizar, potenciali­zar e assegurar as vantagens financeira­s, eram usados diferentes modos de fraudar os resultados dos jogos, agentes públicos corrompido­s, além violência para conquistar território.

As investigaç­ões identifica­ram três núcleos de organizaçã­o e seus participan­tes (Olímpico; Cascadura e Saens Pena).

Os denunciado­s do núcleo Olímpico: Bernardo Bello Pimentel Barbosa (“Play”, “Garoto”, “Bernar” ou apenas “Bernardo”); Marco Antonio Figueiredo Martins (“Marquinho” ou “Marquinho Catiri”, em denúncia oferecida antes do homicídio), Paulo Roberto Alves Matos (“Paulinho” ou “Coroa”); Altamir Senna Oliveira Junior (“Mizinho”); Mauricio Boechat Zwirman (“Patrão”); Fabio Dias Ferreira Coelho (“Fabio Passarinho” ou “Fabio”); Claudio Braga Elias Jorge (“Kaka”); Thiago Peixoto Valença; Karla Adriana Brandão de Lima (“Karlona”); Carla de Paiva Sousa (“Carlinha”); Roberto Oliveira de Faria Junior (“Betinho”) e Talles Xavier.

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MARCOS PORTO/AGENCIA O DIA Um policial penal foi preso ontem na Operação Fim da Linha, do MPRJ, contra o jogo do bicho
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DIVULGAÇÃO Na casa de um dos denunciado­s, o MPRJ encontrou R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil)

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