OPERAÇÃO FIM DA LINHA PARA CHEFES DO JOGO DO BICHO
Contraventor e ex-presidente da Unidos de Vila Isabel é o principal alvo. Coronel e ex-secretário da PM também está na mira do MPRJ. Dez acusados foram presos
OMinistério Público do Rio deflagrou ontem a Operação Fim da Linha contra a máfia do jogo do bicho. O principal objetivo era prender Bernardo Bello, apontado como um dos chefes da contravenção do Rio e ex-presidente da Unidos de Vila Isabel. Dez pessoas foram presas de um total de 26 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão contra integrantes de organizações que praticam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro obtido com a exploração de jogos de azar. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializada em Crime Organizado do TJRJ. Bello não havia sido encontrado até ontem à noite. Na casa de um dos denunciados, o MPRJ encontrou R$ 435 mil e 1.670 euros (cerca de R$ 9 mil).
Rogério Figueredo de Lacerda, coronel da PM e ex-secretário estadual da corporação, também foi alvo de buscas. Até o fechamento da edição, não havia informação do motivo e se o PM fora localizado. Figueiredo havia sido empossado em janeiro de 2019 pelo então governador Wilson Witzel. Em agosto de 2021, troca no comando da pasta deu lugar ao coronel Luiz Henrique Pires. À época, Figueiredo era o último remanescente do secretariado de Witzel.
A operação foi realizada pelo Gaeco, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, do Grupo Especial de Investigações Sensíveis, Gise, da Polícia Federal, e do Gaeco de Santa Catarina. A investigação foi instaurada para apurar, inicialmente, crimes praticados por contraventores que exploram jogos de azar, após notícia crime sobre bingo clandestino que funcionaria em Copacabana com a permissão de PMs.
Foi identificado o responsável por confeccionar as cartelas
Investigações apontaram três núcleos (Olímpico, Cascadura e Saens Pena) de organização
para estabelecimentos ilegais explorados por várias organizações criminosas no Rio, inclusive o bingo de Copacabana. Para viabilizar, potencializar e assegurar as vantagens financeiras, eram usados diferentes modos de fraudar os resultados dos jogos, agentes públicos corrompidos, além violência para conquistar território.
As investigações identificaram três núcleos de organização e seus participantes (Olímpico; Cascadura e Saens Pena).
Os denunciados do núcleo Olímpico: Bernardo Bello Pimentel Barbosa (“Play”, “Garoto”, “Bernar” ou apenas “Bernardo”); Marco Antonio Figueiredo Martins (“Marquinho” ou “Marquinho Catiri”, em denúncia oferecida antes do homicídio), Paulo Roberto Alves Matos (“Paulinho” ou “Coroa”); Altamir Senna Oliveira Junior (“Mizinho”); Mauricio Boechat Zwirman (“Patrão”); Fabio Dias Ferreira Coelho (“Fabio Passarinho” ou “Fabio”); Claudio Braga Elias Jorge (“Kaka”); Thiago Peixoto Valença; Karla Adriana Brandão de Lima (“Karlona”); Carla de Paiva Sousa (“Carlinha”); Roberto Oliveira de Faria Junior (“Betinho”) e Talles Xavier.