O Dia

Segundo dia de operação no CPX da Penha deixa mortos e feridos

Polícia Militar atuou no Morro da Fé. Pelo menos quatro pessoas morreram durante a operação

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Pelo segundo dia consecutiv­o, uma operação no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, provocou a morte de pelo menos quatro pessoas e deixou outros três moradores feridos, ontem. PMs do Comando de Polícia Pacificado­ra e da Unidade de Polícia Pacificado­ra Fé/Sereno atuaram no Morro da Fé e, de acordo com as plataforma­s Fogo Cruzado e Onde Tem Tiroteio, os disparos tiveram início por volta das 5h30.

Sete pessoas deram entrada no Hospital Getúlio Vargas, na Penha; quatro delas, ainda não identifica­das, sem vida. Já os feridos são Samuel Patrick Paixão Piedade, 20, que teria perdido parte das nádegas, após a explosão de uma granada; Ana Luiza Ananias Soares Silva, 23, atingida no pulso esquerdo; e Elcimar Fernandes da Silva, 59, baleado no braço e nas nádegas. O quadro do primeiro é estável e os dois últimos já receberam alta médica.

A irmã de Ana Luiza, Mariana Cristina, contou que a jovem estava com a sobrinha de 4 anos e, assim que saiu de casa, foi baleada. O pai da vítima, que também estava com ela, prestou os primeiros socorros e um amigo da família a levou para o hospital. A familiar relatou ainda que chegou a acreditar que o confronto acontecia na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, onde moram, por conta da instensida­de dos tiros, e chegou a pedir para que ela não saísse de casa.

“A rua estava movimentad­a, então, não parecia que era lá nessa região [do Quitungo], e não era, disseram que era no Morro da Fé. Eu pedi para ela não sair de manhã, porque estava ‘dando’ muito tiro. Mal saiu de casa, já tomou um tiro no braço e caiu. Minha sobrinha deve ter ficado aterroriza­da. Essa é a nossa realidade, é isso que a gente vive, isso que a gente tem que passar. [A nossa casa] é longe, mas a bala acha”, lamentou Mariana.

Já Elcimar foi socorrido por um amigo e pelo representa­nte comercial Maurício Lopes, que contou que o morador tomava café em uma padaria, quando foi atingido de raspão.

“Eu comecei a escutar os tiros e não saí de casa. Mas ele, infelizmen­te, [foi atingido], não sei o que ele foi fazer na padaria naquela hora. Foi um susto muito grande. Ele é um cara tranquilo, bom amigo, bom parceiro, bom pai, por isso está todo mundo aqui”, afirmou Maurício.

Nas redes sociais, moradores afirmaram ouvir a troca de tiros no Morro da Fé de bairros próximos à comunidade, como Vila da Penha e o conjunto do Ipase, e até no Irajá. Relatos apontaram também uma intensa troca de tiros no Morro do Trem, em Vila Kosmos, mas a PM informou que não houve operação no local.

A operação no Morro da Fé pretende coibir movimentaç­ões criminosas relacionad­as ao roubo de veículos na região e outros crimes. Segundo a PM, dois fuzis e drogas foram apreendido­s.

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REGINALDO PIMENTA Mais um dia de correria e intensa movimentaç­ão na emergência do Hospital Estadual Getúlio Vargas, localizado próximo ao Complexo da Penha, na Zona Norte
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REPRODUÇÃO Raio-x do pulso de Ana Luiza Ananias Soares Silva, com uma bala

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