Presidente da Fiesp critica os juros altos
Para Gomes, nenhuma política produzirá desenvolvimento sem corrigir distorções
No Rio de Janeiro, a ação estava prevista ocorrer no Shopping Ilha Plaza na Ilha do Governador; no posto de gasolina Megão, no Recreio dos Bandeirantes, e em Campos dos Goytacazes. No Distrito Federal, o Posto Jarjour da Asa Norte e mais de 500 lojas, incluindo rede Droga Fuji, Óticas Nacional, lojas Tip Top e Puket. Nas lojas, a ação foi no período de funcionamento.
O Dia Livre de Impostos foi criado pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem em 2003 e acontece em todos os estados em mais de 1.200 municípios. “A nossa principal intenção é unir os consumidores e os lojistas em uma ação de conscientização e de protesto, para mostrar a insatisfação que temos com o sistema tributário do país que necessita de uma reformulação urgente”, detalha Raphael Paganini, coordenador Nacional da CDL Jovem.
O presidente da Fiesp, Josué Gomes, voltou a criticar o que ele classifica de elevadas taxas de juros nominal e real vigentes no país, durante a abertura do evento “O Dia da Indústria” que a entidade patrocinou ontem na capital paulista, segundo a Agência Estadão Conteúdo. A taxa nominal de juros, a Selic, encontra-se em 13,75% ao ano e a taxa real, a que desconta a inflação, está em torno de 7%, segundo cálculos dos economistas e analistas do mercado financeiro. Gomes tem um cálculo que coloca o juro real em 8%.
Para o presidente da Fiesp, se a sociedade é contrária aos incentivos dados pelo governo a alguns setores da Economia ela deveria se posicionar ao lado daqueles que defendem a redução da taxa de juro. Segundo Josúe Gomes, o câmbio parece estar ajustado, porém o “excesso de juros pagos no país” mantém o risco de sobrevalorização cambial, o que afeta a competitividade dos produtos brasileiros.
“Não podemos mais, como sociedade, admitir que se pratiquem esses juros que temos praticado”, declarou, acrescentando que já há 30 anos os juros inibem o crescimento e definham a indústria de transformação.
Ele disse ainda que as pessoas contrárias aos subsídios deveriam apoiar a redução da Selic porque, nas palavras dele, se o Brasil passar a praticar juros compatíveis com as taxas praticadas no mundo os subsídios perderão a razão de existir.
Ao apontar a urgência da Reforma Tributária, com a criação de um imposto sobre valor agregado que elimine o peso da cumulatividade dos tributos carregada pelo setor, Josué disse que nenhuma política industrial conseguirá produzir desenvolvimento sem a correção de distorções no plano macroeconômico.