O Dia

Dose dupla de Carol Castro na telinha

Atriz comemora reprise de ‘Mulheres Apaixonada­s’, realizada há 20 anos, e sua estreia em ‘Amor Perfeito’

- TÁBATA UCHOA tabata.uchoa@odia.com.br

Anovela ‘Mulheres Apaixonada­s’, de Manoel Carlos, foi exibida na TV Globo pela primeira vez há 20 anos, em 2003, e marcou a estreia da atriz Carol Castro na teledramat­urgia brasileira. Na pele da personagem Gracinha, Carol roubou os holofotes ao interpreta­r uma jovem desinibida e que entra na trama para atrapalhar o romance do casal Cláudio (Erik Marmo) e Edwiges (Carolina Dieckmann). Tantos anos depois, Carol Castro revela ainda guardar um carinho especial pelo folhetim, que será exibido novamente no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ a partir de hoje.

“Sim, claro”, diz a atriz sobre ter boas lembranças da novela. “Estou adorando! Será um retorno com ar de recomeço. Vai ser interessan­te a nova geração conhecer meu primeiro trabalho e, ao mesmo tempo, conhecer melhor como atuo hoje em dia. É curioso, porque eu era muito nova e muito ‘crua’ no quesito televisão. Já havia feito teatro desde nova, cinema, publicidad­e, mas nada na TV. Eu estava em cartaz com a peça ‘Terror na Praia’, no antigo Teatro Villa Lobos, quando o produtor de elenco me viu e me chamou para ser a Gracinha, porque eu me encaixava no perfil que o diretor estava procurando. Fiquei em êxtase”, relembra.

Por Gracinha ser um obstáculo ao romance de um casal muito querido pelos telespecta­dores da novela, Carol conta que o público passou a odiá-la. “Eu era literalmen­te odiada por todos”, dispara, aos risos. “Até hoje tem mulheres que comentam comigo: ‘Como eu odiava aquela Gracinha!’”, completa a atriz, que acredita que com a reexibição da novela, as pessoas vão ter um novo olhar para a personagem. “Mas acho que hoje os comentário­s seriam diferentes. São outros tempos”, analisa.

Carol não tem o costume de rever seus personagen­s, mas nas poucas vezes em que reassiste a cenas antigas, gosta de acompanhar a própria evolução. “Não costumo rever, mas sempre que acontece, é interessan­te ver a evolução, a maturidade, como tudo muda. Na época da Gracinha, por exemplo, eu era crua, com nenhuma quilometra­gem de TV, nem tempo de set de filmagem suficiente para passar mais experiênci­a. Mas acho que era isso que estavam procurando: uma atriz nova com esse frescor de começo; uma certa ingenuidad­e que dá veracidade ao papel. Eu lembro que tentei muito entrar na Globo, já tinha até mandado currículo por correio”, revela.

Aos 39 anos de idade e 30 de carreira — entre teatro, cinema e TV —, Carol garante que muita coisa mudou desde que deu vida à Gracinha. “A gente vai amadurecen­do, aprendendo, ganhando bagagem, experiênci­a. Hoje, sou muito diferente daquela época. Mais segura, mais experiente, com mais autoconhec­imento”, enumera a atriz, que não está apreensiva com a chegada dos 40 anos em 2024. “É uma fase curiosa; me sinto muito melhor do que aos 20, porque me conheço melhor. Sei o que quero e como quero”, afirma.

Realizada pessoal e profission­almente, Carol avalia sua trajetória como “uma montanha russa de emoções”. “Tenho orgulho da minha trajetória. Nunca usei meios escusos, vim do teatro, então a fama nunca foi um objetivo. Tenho amor pelo meu ofício e pela arte. Hoje em dia, tenho trabalhos distintos, mais maduros e isso me deixa feliz”, explica.

ONTEM E HOJE

Em breve, Carol poderá ser vista em dose dupla na telinha da Globo, já que ela está prestes a entrar na novela ‘Amor Perfeito’, de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Jr., que está sendo exibida na faixa das 18h.

“Recebo sempre mensagens muito queridas nas redes sociais perguntand­o sobre minha volta à TV. Então, agora teremos dose dupla. Fico muito feliz com isso. Esse ano faço 30 anos de profissão, sendo que 17 foram na Globo. É bastante tempo! Sou eternament­e grata ao Maneco pelo presente que foi a Gracinha e também ao Ricardo Waddington [diretor] e ao Luiz Antônio Rocha [produtor de elenco]. Anos depois, o Luiz ainda me chamou para fazer o teste para a Iolanda, de ‘Velho Chico’, que foi a minha personagem mais marcante de interpreta­ção. Estou muito feliz com esse reencontro com o meu início na TV”, comemora.

Em ‘Amor Perfeito’, a artista interpreta­rá Darlene, um antigo amor do Frei João (Allan Souza Lima). “Ela é um pouco misteriosa no começo da trama, mas uma mulher muito forte, uma mãe leoa e cheia de atitude. Ela foi ativista no passado. Então, não preciso falar mais nada, né? Uma mulher empoderada [dentro do possível para a época] e um pouco à frente do seu tempo”, revela a atriz sobre sua personagem.

Darlene também é mãe de Clarinha (Vitória Pabst), uma menina que vive em uma cadeira de rodas após contrair poliomieli­te. A trama vai abordar a importânci­a da vacinação. “Esse foi o grande motivo pelo qual aceitei esse papel. Ser porta-voz da importânci­a da vacinação! Sem contar que atuar com a Vitória Pabst também seria incrível. Já está sendo”, diz Carol.

A atriz surgirá com os cabelos mais curtinhos no folhetim. Para ela, a mudança de visual não foi um problema. “O meu lema é: fora da zona de conforto. Sempre. Se tiver que cortar, alongar, raspar, pintar, eu vou amar! É disso que gosto, de mudar pela personagem”, garante.

Tenho orgulho da minha trajetória. Nunca usei meios escusos, vim do teatro, então a fama nunca foi um objetivo. Tenho amor pelo meu ofício e pela arte”

CINEMA

Carol Castro também tem feito sucesso no cinema, com o filme ‘Ninguém é de Ninguém’, que mostra a vida do casal Gabriela (Carol Castro) e Roberto (Danton Mello) e seus dois filhos. Desemprega­do, Roberto acaba sendo sustentado por Gabriela. O relacionam­ento, com o passar do tempo, faz com que o marido tenha um ciúme doentio pela mulher. Carol conta que também já passou por uma situação semelhante.

“Sim. Durante a leitura do filme tive esse gatilho. Foi muito forte! Vi que passei por diversas situações absurdas e que não me dei conta na época. O filme mudou a minha vida e a minha maneira de ver o que é o amor e um relacionam­ento saudável”, revela.

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Atriz conta que a antiga personagem, Gracinha, provocou na época a ira do público
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GLOBO/JOÃO MIGUEL JÚNIOR A empoderada Darlene dará voz a um assunto essencial: a importânci­a da vacinação
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Com experiênci­a em TV, cinema e teatro, Carol tem 39 anos de idade e 30 de carreira. Ela aguarda a hora de entrar em cena como Darlene, na novela das 18h

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