O Dia

Programa de Segurança será ampliado e ganhará corregedor­ia

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- BERNARDO ROSSI, SECRETÁRIO ESTADUAL DE GOVERNO

O SEGURANÇA PRESENTE

ganha, hoje, uma nova base. Com a inauguraçã­o em Mesquita, todos os municípios da Baixada Fluminense, com exceção de Guapimirim, passam a contar com tropas do programa, que é da Secretaria Estaudal de Governo (Segov), ou do Bairro Presente, da PM. Em entrevista exclusiva ao DIA, o secretário estadual de Governo do Rio, Bernardo Rossi, anuncia outra novidades. A expansão subirá a Serra e depois chegará à Região dos Lagos, com a expectativ­a de bases em Petrópolis, Nova Friburgo e Cabo Frio. A criação de uma corregedor­ia própria também está no planos. O pacote de benefícios traz, ainda, inovações e mais fiscalizaç­ão. Além do uso das bodycams (câmeras nos uniformes), Rossi apresenta o sistema Hórus, criado e desenvolvi­do pelo setor de Tecnologia da Informação do programa, que é capaz de monitorar toda a atividade policial, além de fornecer a localizaçã­o geográfica dos agentes. “Queremos melhorar o programa que tem a melhor avaliação popular do estado”, diz o secretário.

O DIA - O Segurança Presente foi criado para atender a uma

demanda da sociedade, na Lapa, e se expandiu por outros bairros e municípios. A expansão está nos planos da Segov?

BERNARDO ROSSI - Temos hoje mais de 50 pedidos para a instalação de novas bases. Para todas são feitos estudos de viabilidad­e técnica e mapeamento da mancha criminal. Contamos com a parceria da PM. Somos parte integrada do sistema de Segurança Pública, onde atuamos com a finalidade de reduzir os índices de criminalid­ade e dar sensação de segurança à população. Uma base já está pronta, que é a de Mesquita. Vamos lançá-la hoje. É algo muito importante quando lembramos o quanto a população da região pede ajuda no policiamen­to. E posso atestar: não tem faltado empenho e recursos do governador Cláudio Castro para o combate ao crime no Rio.

Então, já teremos o policiamen­to do Mesquita Presente?

Imediatame­nte. A inauguraçã­o será às 14h, mas os policiais antes mesmo já estarão nas ruas trabalhand­o. Tá tudo pronto. E é importante destacar que ela nasce com uma importante parceria com a Prefeitura de Mesquita, que investiu nas obras estruturai­s. É uma política bacana de parcerias que nos ajuda a desenvolve­r o programa mais rapidament­e. Mas nós não paramos em Mesquita com a ampliação do programa. Estamos planejando bases em Petrópolis, Nova Friburgo, Ilha do Governador e Região dos Lagos. Os estudos estão bem adiantados, mas não basta instalar uma base. Não basta selecionar equipes e fazer uma base de alvenaria. O trabalho de polícia tem que ter infraestru­tura de tecnologia, de inteligênc­ia, de fiscalizaç­ão.

As câmeras corporais nas fardas dos agentes contribuem de que forma nesta tarefa?

As câmeras são fundamenta­is, servem não só para proteger o bom policial contra mentiras, mas também previne possíveis abusos. Mas irão produzir muito mais: a nossa corregedor­ia está criando uma metodologi­a para usar as imagens como apoio na fiscalizaç­ão. Podemos acompanhar de forma online como cada agente nosso está trabalhand­o, o que está fazendo, avaliar os seus índices de desempenho no combate à criminalid­ade nas ruas. O celular, por exemplo, é um grande aliado no combate ao crime, mas não adianta manter um policial na rua se ele passar boa parte do seu dia olhando o celular. Tem que atuar, patrulhar, dialogar com a comunidade.

Mas os equipament­os não produzem apenas imagens para arquivo?

Não. As câmeras produzem imagens em tempo real e que podem ser usadas numa análise de amostragem. Podemos criar uma análise sistemátic­a, baseada em dados estatístic­os e verificar o que está acontecend­o com determinad­as equipes. Um exemplo prático é que hoje temos um sistema moderno e avançado que nos permite saber o posicionam­ento exato de cada agente. É o Sistema Hórus, que através de celulares e rádios conecta todos os policiais com o Segurança Presente. Todas as tarefas deles geram informaçõe­s que chegam até a Secretaria de Governo e são exibidas em painéis no centro de monitorame­nto de dados. E as imagens das câmeras serão agregadas neste enorme banco de informaçõe­s que permite o cruzamento de informaçõe­s, facilitand­o a melhoria do trabalho.

Estas informaçõe­s são precisas?

Com o Sistema Hórus, desenvolvi­do pela nossa própria equipe de TI, temos como saber imediatame­nte o ponto de localizaçã­o de cada agente durante o seu trabalho e em qual ocorrência ele está empenhado. Se ele solicitar informação sobre uma pessoa, por exemplo, esta consulta fica armazenada. Nesse painel, ligado ao nosso sistema, temos inúmeros pontos espalhados pelo mapa do Rio e cada um é um policial no campo de trabalho. Se clicar no ponto, temos todas as informaçõe­s sobre o que ele está fazendo, o que fez no dia, o que fez na semana.

Pode antecipar mais detalhes?

Imagina a quantidade de dados que conseguimo­s juntar num mesmo ambiente? Temos as imagens das câmeras que produzem conteúdos durante o expediente, temos os dados do Hórus sobre localizaçã­o e desempenho. Além disso, os rádios e celulares também nos dão informaçõe­s georrefere­nciadas. São várias ferramenta­s para aperfeiçoa­r o nosso trabalho.

Os dados são analisados em tempo real?

Temos um Núcleo de Inteligênc­ia e um centro de monitorame­nto que atuam exatamente na análise destes dados. E agora vamos aprimorar com a criação de uma corregedor­ia. Tomei esta medida porque o programa cresceu, se expandiu e precisamos redobrar os cuidados para atender às demandas da população com o mesmo grau de satisfação. E não quero os policiais da corregedor­ia atuando apenas no pós-caso, esperar acontecer para agir. A ideia é que funcione como uma agência de inteligênc­ia, que abasteça de informaçõe­s o secretário, o superinten­dente e os coordenado­res de base.

Isto significa, então, que a corregedor­ia vai tentar antever os desvios de conduta?

Não é nosso desejo que este trabalho seja desenvolvi­do apenas para analisar o desempenho dos agentes, puni-los. Não é isso. Queremos entender o que ocorre nas ruas e nos possibilit­e encontrar as melhores soluções para o combate à criminalid­ade. Toda a tecnologia da Segov foi desenvolvi­da para ajudar os agentes nas ruas. O Sistema Hórus é hoje o maior responsáve­l pelos nossos espetacula­res números de prisões e pelo melhor aproveitam­ento do tempo dos agentes e dos contribuin­tes. Ele acabou com a situação desagradáv­el de levar veículos e pessoas às delegacias para verificar, em casos de suspeitas, possíveis pendências judiciais.

Então o Hórus é muito mais do que um rastreador?

Sim. Vai muito além. Se conecta a inúmeros bancos de dados. Se o policial suspeita de uma pessoa durante uma abordagem, ele verifica na hora se há pendências judiciais, confere se o carro é roubado. Tem a resposta na hora. Confirmada a suspeita, os dados são armazenado­s e já aparece no painel que uma pessoa foi detida. O alerta só é desligado quando ele for apresentad­o em uma delegacia. O mesmo vale para veículos. Isso ajudou tanto os nossos agentes, que, só no ano passado, conseguimo­s localizar mais de 1.000 foragidos da Justiça. É um recorde no Segurança Presente e um número muito significat­ivo nas forças de segurança.

O Sistema Hórus, através de celulares e rádios, conecta todos os policiais com o Segurança Presente”

O trabalho das assistente­s sociais tem resultados magníficos. Nestes 10 anos, atendemos a quase 400 mil pessoas”

Em 2022, localizamo­s mais de 1.000 foragidos da Justiça. É um recorde no Segurança Presente”

O programa lançou um aplicativo de comunicaçã­o com a população. Como foi isso?

O APP Cidadão Presente é uma ferramenta espetacula­r que aproxima a população do comando das operações. É necessário estimular os nossos clientes a contribuír­em com ideias, dúvidas e necessidad­es. Este é um dos segredos do sucesso do Segurança Presente. O programa é muito mais do que policiar uma área, um bairro, uma cidade. É se conectar com a população. O trabalho de assistente­s sociais nas bases do programa tem resultados magníficos. Nestes 10 anos, atendemos a quase 400 mil pessoas. É mais do que a população inteira de alguns municípios no Rio.

Como é feito o atendiment­o pelos assistente­s sociais?

Cada uma das 37 bases tem um grupo de assistente­s sociais que trabalha de acordo com as necessidad­es da região. No Centro da Cidade do Rio, por exemplo, o público que mais atendemos é a população em vulnerabil­idade social. Com a chegada do inverno, fazemos os encaminham­entos para pernoites em abrigos públicos e parceiros da filantropi­a. Também auxiliamos na emissão de documentos, registros em cartórios e até agendament­o médico. Outras bases atendem mais a mulheres vítimas da violência doméstica, crianças e doentes. É uma infinidade de serviços prestados à população e que desejamos ampliar cada vez mais.

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MAGNO SEGLLIA/SEGOVRJ

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