‘Minha filha era tudo pra mim’, diz mãe de menina morta em Caxias
Apesar de bebê de um ano e dez meses apresentar hematomas, polícia não identificou violência sexual
Os pais e parentes da bebê de um ano e dez meses que morreu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estiveram ontem no Instituto Médico Legal (IML) do município para liberar o corpo da menina. Raquelle Medeiros foi levada pela mãe para a Unidade Pré-Hospitalar do Pilar (UPH) em parada cardiorrespiratória, na tarde de segunda-feira, e os médicos chegaram a tentar reanimá-la, mas ela não resistiu.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Caxias, a bebê deu entrada na emergência da unidade e a equipe médica que prestou os primeiros socorros e a examinou desconfiou que ela tenha sofrido violência sexual, depois de constatar hematomas e equimoses que não condiziam com o relato da mãe durante o atendimento.
A Polícia Militar foi acionada por funcionários do hospital e a mulher levada, inicialmente, para a 60ª DP (Campos Elísios).
De acordo com Jéssica Medeiros, 19, a filha sofreu uma crise de bronquite e estava com dificuldades para respirar e falar. Ela levou a bebê para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Lote XV, em Belford Roxo, também na Baixada Fluminense, mas não havia pediatra e os profissionais teriam se negado a prestar atendimento.
Ao voltar para casa, a menina teria tido uma parada cardiorrespiratória e o padrasto da mulher tentado reanimá-la, o que teria provocado os hematomas.
Jéssica relatou que não está em um relacionamento amoroso e que mora com a mãe e o companheiro dela, além de três irmãs e um tio.
“Só querem botar a culpa em mim. Eu, como mãe, jamais ia permitir que acontecesse uma coisa dessa com a minha filha, porque a minha filha era tudo para mim”, disse a mãe da criança.
De acordo com informações do ‘RJ1’ da TV Globo, a Polícia Civil não identificou lesões aparentes que indicassem
que a bebê sofreu abuso sexual. Um preservativo aberto foi encontrado no lençol em que a menina estava enrolada e Jéssica disse que naquela manhã havia passado em posto de saúde para pegá-lo e que, ao sair novamente, as crianças que estavam na casa mexeram nele e esconderam nas cobertas, mas que ela não havia percebido.
Ainda segundo a mulher, uma enfermeira da Unidade Pré-Hospitalar do Pilar tentou
agredi-la: “Eu não estou nem acreditando que eu estou aqui (no IML), eu só não estou mais arrasada porque eu tomei calmante antes de eu vir, ainda vim andando pela rua passando mal, sem dinheiro para água, para ir para embora. Eu nem sei se eu vou para casa, pelo que me acusaram. A enfermeira de lá do hospital tentou me linchar, ontem. Eu só quero que isso seja esclarecido, porque eu sei que eu sou inocente”, afirma Jéssica.
Só querem botar a culpa em mim. Eu, como mãe, jamais ia permitir que acontecesse algo com a minha filha JÉSSICA MEDEIROS, mãe de Raquelle