Burocracia impede saída de entregadora
Viviane Maria Teixeira poderá responder ao processo por tráfico de drogas em liberdade
A entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira, de 38 anos, agredida pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias, ainda não conseguiu ser liberada do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, após um erro de comunicação entre os Tribunais de Justiça do Rio e de São Paulo, estado onde corre o processo contra ela pelo crime de tráfico de drogas.
Ao DIA, a advogada Prisciany Sousa explicou que houve um problema de comunicação que gerou uma demora na expedição da carta precatória que permite a liberação de Viviane. Segundo a defesa, o alvará de soltura foi enviado diretamente de São Paulo para o presídio em Bangu.
“O alvará já tinha sido encaminhado diretamente para o presídio. Contudo, os presídios aqui do Rio não cumprem alvará de outros estados, sendo necessário passar por uma carta precatória. Agora, tem que esperar gerar essa precatória e eles fazerem o procedimento. A expectativa é de que ela saia nos próximos dias”, explicou ontem a advogada.
Viviane será solta após o Tribunal de Justiça de São Paulo aceitar um pedido do Ministério Público (MP) para a sua liberação. Na decisão, a juíza Mayara Maria Oliveira Resende determinou que a entregadora terá que justificar suas atividades
mensalmente e não poderá se ausentar do Rio.
O MP levou em consideração a alegação da defesa de Viviane de que ela “é uma pessoa simples e com pouca instrução, razão pela qual não tinha pleno conhecimento das restrições impostas no momento da sua liberdade provisória em 2016”. O órgão também destacou que a entregadora não tem outros processos criminais, tem residência fixa e trabalho formal.
A decisão ocorreu depois que Viviane revelou ter sido agredida duas vezes na cadeia. Um dos casos teria sido motivado pela mulher não ter representado a comunidade homoafetiva na discussão com a ex-atleta Sandra Mathias.
Viviane estava presa desde o dia 24 de abril.