O Dia

Alunos da Rural voltam às aulas inseguros e com medo

Atividades ficaram suspensas por uma semana após tiroteio entre milicianos que matou o estudante Bernardo Paraiso, de 24 anos

- ROBERTA SAMPAIO roberta.sampaio@odia.com.br

As aulas presenciai­s da Universida­de Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, na Baixada, foram retomadas ontem. As atividades ficaram suspensas por uma semana após tiroteio entre milicianos que ocasionou na morte do estudante Bernardo Paraiso, de 24 anos. Além do jovem, uma mulher e duas crianças foram feridas. Na ocasião, a instituiçã­o decretou três dias de luto. Segundo os alunos, o medo e a inseguranç­a fizeram com que as carteiras ficassem vazias.

“Todo mundo está receoso de voltar. A verdade é que é preciso reforçar a segurança porque não adianta adiar as aulas e a gente voltar sem segurança. Até no campus teve assalto. Hoje o ônibus estava vazio, as salas vazias, teve gente que largou o estágio e trancou o período. Isso é triste, foi um choque porque, como foi com o Bernardo, podia ser eu”, ressaltou a aluna de Farmácia, Melissa Boaventura, de 21 anos.

Nas redes sociais, a UFRRJ explicou que foi constatada a necessidad­e de se estabelece­r um momento de transição em face à complexida­de e delicadeza do cenário ocorrido. Por isso, foi determinad­a a suspensão de provas até sexta e a flexibiliz­ação das faltas.

Assustada, a aluna de Farmácia Marisa Chagas, de 22 anos, ficou receosa de retornar às aulas. “Sinto que o clima está muito pesado, é triste o que aconteceu, poderia acontecer com a gente. Agora, além do clima pesado, tem um clima de incerteza”, disse.

A UFRRJ implemento­u novas medidas de controle de acesso. Uma delas é a distribuiç­ão de adesivos plásticos numerados para identifica­r os veículos que acessam a instituiçã­o. A outra é em relação ao uso das faixas de acesso. Desde ontem, a faixa de entrada à direita é destinada exclusivam­ente a ônibus, ambulância­s, veículos de segurança e carros cadastrado­s. Já a da esquerda é para os veículos que não estão cadastrado­s na UFRRJ.

Questionad­a pelo DIA, a Polícia Militar informou que, desde o início do ano, o 24ºBPM (Queimados) efetuou mais de 200 prisões em sua área de policiamen­to. A corporação disse que aplica o policiamen­to nos municípios que compreende­m sua região de atuação com setores e subsetores de rádio patrulha, Grupamento de Ações Táticas, bem como motopatrul­has com viaturas baseadas em pontos estratégic­os.

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REGINALDO PIMENTA Alunos denunciam assaltos dentro do campus da universida­de

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