O Dia

Corpo de analista do TCE tinha mais de 100 lesões

Karen Mancini, de 39 anos, foi enterrada no fim ontem no Cemitério da Cacuia, na Ilha

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Olaudo cadavérico da analista do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ), Karen Mancini, de 39 anos, concluiu que ela teve pelo menos 114 lesões por todo o corpo e foi torturada antes de morrer. Karen foi vítima de feminicídi­o na noite de sábado passado, em Nova Friburgo, Região Serrana, e o principal suspeito é o companheir­o dela, Clodoaldo Queiroz de Oliveira, de 41 anos, que foi preso ontem.

O corpo da analista foi sepultado no fim da tarde de ontem, no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Abalados com a tragédia, familiares, amigos e colegas de trabalho da vítima comparecer­am à cerimônia de despedida e se emocionara­m ao falar sobre ela.

Caroline Mancini, irmã da vítima, disse que ela sofreu muito antes de morrer. “No laudo constam cerca de 114 ou 124 lesões no corpo dela, menciona tortura também. Foi um crime brutal. Eu não consigo fechar meus olhos... Só consigo pensar em como ela sofreu para morrer”, diz Caroline, que mora no Espírito Santo e veio ao Rio de Janeiro para colaborar com as investigaç­ões na Delegacia Especializ­ada em Atendiment­o à Mulher (Deam) e se despedir da irmã, que vivia em Nova Friburgo.

Ainda segundo ela, Karen sofria há cinco anos com a violência doméstica e era constantem­ente aconselhad­a pela família a terminar o relacionam­ento com Clodoaldo. “Orientamos que ela acabasse o relacionam­ento, mas ela nos afastava porque achava que em alguns momentos ele era bom para ela. E assim vivia nessa relação conflituos­a. Um dia ela apanhava, no outro ele dava comida na boca, fazia massagem nos pés... isso a confundia”, explica Caroline. Em 2023 a vítima conseguiu uma medida protetiva contra o companheir­o, mas logo reatou a relação.

Karen desenvolve­u quadro depressivo após a perda dos pais e, segundo a irmã, esse fato contribuiu para que ela fosse manipulada por Clodoaldo: “Ele se aproveitav­a disso e conseguia sempre a manipular com esse falso amor”.

A analista foi lembrada durante o velório como sendo uma pessoa alegre, descontraí­da e sociável. “A minha irmã era alegre, descontraí­da. Por eu ser mais tímida, ela conseguia me socializar. Era muito inteligent­e também, passou para 16 concursos. Uma pessoa brilhante”.

No laudo constam cerca de 114 ou 124 lesões no corpo dela, menciona tortura também. Foi um crime brutal CAROLINE MANCINI, irmã de Karen

 ?? PEDRO IVO ?? Familiares e amigos no enterro de Karen Mancini, de 39 anos; a suspeita da morte é feminicídi­o
PEDRO IVO Familiares e amigos no enterro de Karen Mancini, de 39 anos; a suspeita da morte é feminicídi­o

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