O Dia

Ludmilla é acusada de intolerânc­ia religiosa em show e se pronuncia

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Aapresenta­ção de Ludmilla, domingo, no Coachella, festival de música que acontece na Califórnia, nos Estados Unidos, rendeu o que falar. Nas redes sociais, a cantora, de 28 anos, foi acusada de intolerânc­ia religiosa por conta de um vídeo exibido no telão, que mostrava a frase: “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”.

O assunto “Intolerânc­ia religiosa é crime” ficou entre os tópicos mais comentados no X, antigo Twitter. “Sofre preconceit­o por ser mulher, negra, lésbica e maconheira. Mas vive sendo preconceit­uosa com a religião dos outros”, escreveu um internauta. “Não tem nem desculpa”, comentou outro.

Após a repercussã­o, Ludmilla publicou o vídeo completo exibido no show junto com uma nota no seu perfil do X, informando que as imagens foram tiradas do contexto. “Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar para falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Tiraram do contexto uma das imagens do video do telão do show em ‘Rainha da Favela’, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significad­o dele, e me colocando em uma posição que é completame­nte contrária a minha”, afirmou a artista, que seguiu explicando sobre a apresentaç­ão. “’Rainha da Favela’ apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmen­te se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerânc­ia religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidad­es, mas que não desiste”, acrescento­u.

Ludmilla explica ainda sobre a produção das imagens. “Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são e independen­te de qualquer fé”, concluiu.

Ontem, Átila Nunes, deputado estadual do Rio de Janeiro, informou que vai ingressar com uma denúncia ao Ministério Público hoje, pedindo a retirada do trecho ofensivo. Além disso, Átila já registrou uma queixa contra Ludmilla na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerânc­ia (Decradi). “Ela tentou se justificar (dizendo) ‘não sei o que não é intolerânc­ia’, mas a grande verdade é que isso reforça a intolerânc­ia religiosa no Brasil”, afirmou.

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REPRODUÇÃO DO INSTAGRAM

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