Família afirma que jovem morto no Chapadão era vendedor de balas
Na ação policial morreram Crysthyan Samuel de Freitas Mello, de 17 anos, e Daniel da Costa Ferraz, de 19
Oadolescente Crysthyan Samuel de Freitas Mello, de 17 anos, morto após ser baleado durante um tiroteio no Complexo do Chapadão, na Zona Norte, era vendedor de balas e estava voltando para casa. Ao o pai da vítima, Leandro da Costa Mello, 40 anos, que esteve ontem no Instituto Médico Legal do Centro, para realizar a liberação do corpo, disse que o filho não era bandido.
Morador de Nilópolis, na Baixada Fluminense, Crysthyan teria saído de casa na noite de quarta-feira para trabalhar e não retornou. “Meu filho era vendedor de bala, só tinha 17 anos, vendia doce na rua. Naquele dia, ele foi no Chapadão porque ia ter baile lá e os amigos o levaram para trabalhar, quando foi pela manhã ele estava vindo embora e os policiais deram tiro nele e em outro rapaz, que estava indo para escola”, disse o pai.
Durante o desabafo, Leandro reforçou que o filho não tinha qualquer envolvimento com o tráfico. “Meu filho estava vindo embora. Nem todo mundo que mora na favela é bandido! Eles entram atirando em qualquer um, eles estão alegando que meu filho estava com arma, mas meu filho não andava armado. Estamos esperando o resultado da necropsia. Meu filho estava com identidade e CPF e eles (os policiais) jogaram fora”, relatou.
DIA, ‘ERA UM MENINO MUITO BOM’
O pai, emocionado, disse também que o filho era amado por muitas pessoas. “Ele era um menino muito bom, todo mundo aqui em Nilópolis gostava dele e chamava ele de gordinho da bala”.
O jovem Daniel da Costa Ferraz, 19 anos, também morreu no local após ser baleado. O estudante estava a caminho da escola ao ser atingido.
ENTERROS DOS JOVENS
O adeus aos dois jovens mortos no Chapadão aconteceu na tarde de ontem. O corpo do estudante Daniel Costa foi enterrado no Cemitério Municipal de Japeri, na Baixada. Já a despedida de Crysthyan Samuel aconteceu no Cemitério Municipal de Olinda, em Nilópolis, também na Baixada.
“Estudávamos juntos há um ano e pouco. Ele era muito calmo, bondoso com todos nós, sempre que podia ajudar, ele ajudava. É muita mentira julgarem, o chamarem de bandido. Era apenas um estudante”, relatou Eduarda dos Santos, amiga de Daniel.
Ele era muito calmo, bondoso com todos nós. É muita mentira julgarem, o chamarem de bandido. Era apenas um estudante EDUARDA DOS SANTOS, estudante, amiga de Daniel