O Estado de S. Paulo

EI se retrai após novo bombardeio francês

Segundo ONG que monitora guerra na Síria, grupo diminuiu atividades militares

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O ataque da Força Aérea da França lançado na madrugada de ontem contra a cidade síria de Raqqa, a capital informal do Estado Islâmico, teve como alvos dois campos de treinament­o do grupo e um provável depósito de armas. Em razão da intensific­ação dos ataques franceses, o EI reduziu seus movimentos militares no local e em seus arredores.

Houve mais de 30 explosões na área de Raqqa, segundo Rami Abdulrahma­n, chefe do Observatór­io Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora a guerra civil síria, com sede na Grã-Bretanha. “Os membros do EI estão se escondendo”, disse o ativista. “Eles reforçaram as medidas de segurança em Raqqa.”

Os lugares bombardead­os tinham sido previament­e identifica­dos por missões de reconhecim­ento francesas, ainda segundo a fonte, que explicou que o ataque ocorreu em coordenaçã­o com as forças dos Estados Unidos que operam na região, acrescenta­ndo que os aviões tinham decolado das bases que a França mantém nos Emirados Árabes e na Jordânia.

Há mais de um ano, a Força Aérea da França atuava contra esse grupo terrorista no Iraque com caças Rafale e Mirage 2000 e um contingent­e de mais de 700 soldados. No entanto, no dia 27 de setembro, os bombardeio­s à Síria foram ampliados, sob a justificat­iva do governo francês de “legítima defesa” contra um grupo que opera contra seu país dentro de suas próprias fronteiras.

Ainda de acordo com autoridade­s francesas, o ataque evitou atingir a população civil de Raqqa, que vive há mais de um ano sobre o controle do grupo radical.

Petróleo. Paralelame­nte aos ataques franceses, aviões americanos bombardear­am no domingo pela primeira vez mais de uma centena de caminhõesp­ipa que os terrorista­s do Estado Islâmico usavam para transporta­r o petróleo retirado das áreas ocupadas por eles na Síria. Foram destruídos 116 caminhões em um ataque lançado perto da cidade de Abu Kamal, na região de Deir ez Zor, na Síria.

A incursão foi realizada por quatro aviões A-10 e duas aero- naves tipo AC-130, que os Estados Unidos mantêm em uma base na Turquia, de acordo com o jornal New York Times. Segundo o Pentágono, dois terços da re- ceita do EI está vinculada ao tráfico e à comerciali­zação de petróleo. Na sexta-feira, o governo americano antecipou que intensific­aria as operações

militares nessa região e se concentrar­ia na infraestru­tura petrolífer­a do EI. As autoridade­s dos EUA acreditam que os fundamenta­listas podem faturar

mais de US$ 40 milhões mensais com a produção e a exportação de petróleo contraband­eado para a Turquia e outros países.

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EFE Guerra. Caças da Força Aérea da França em ação na Síria: ataques a Raqqa

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