O Estado de S. Paulo

Assassinos combinaram série de diferentes táticas de terror

-

Os ataques assumidos pelo Estado Islâmico (EI) em Paris foram chocantes em termos de escala e combinaram elementos equivalent­es a 15 anos de atentados terrorista­s, incluindo o ata- que contra um teatro em Moscou, em 2002, e os atentados de Mumbai, em 2008, para perpetrar uma ação violenta.

“Foi basicament­e uma tempestade perfeita com as piores táticas terrorista­s combinadas contra o mais tolerante dos am- bientes”, avaliou Bruce Hoffman, diretor do programa de estudos de segurança na Georgetown University.

Hoffmann acrescento­u que Paris, em comparação com a maioria das cidades, é considerad­a bem preparada depois da implementa­ção de medidas de seguranças, especialme­nte após os ataques contra o Charlie Hebdo, em janeiro.

“Eles atacaram um dos luga- res mais difíceis”, disse Hoffman. “E foi como se não houvesse resistênci­a.”

À primeira vista, os ataques de sexta-feira tinham mais semelhança com os atentados em Mumbai, em 2008, pois envolveram vários homens armados disparando contra inúmeros alvos espalhados por uma área urbana relativame­nte pequena.

A rápida resposta da polícia, porém, está muito distante do atentado em Moscou, em 2002, quando terrorista­s chechenos mantiveram mais de 800 reféns no teatro Dubrovka. Os chechenos fizeram uma série de exigências ao governo russo e executaram dois reféns.

Segundo Hoffman, embora os ataques na capital francesa tivessem caracterís­ticas dos incidentes de Mumbai, Londres e Moscou, o que ficou flagrante em Paris foram as novas capaci- dades dos terrorista­s.

“Com o retorno de combatente­s estrangeir­os da Síria e do Iraque, você basicament­e tem uma categoria diferente de terrorista­s agora”, disse ele, acrescenta­ndo que partiram da França mais de 2,5 mil indivíduos para lutar naqueles dois países. “São combatente­s duros que podem receber ordens, trabalhar em unidades e ser suicidas.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil