O Estado de S. Paulo

Brasileiro­s feridos não têm previsão de alta

Apesar de internados, três cidadãos do País atingidos nos atentados do Estado Islâmico em Paris não correm risco de vida, afirma diplomata

- Andrei Netto

Os brasileiro­s feridos durante os atentados de Paris na sextafeira estão fora de perigo, mas ainda não têm previsão de alta hospitalar. A informação foi confirmada ontem pela cônsulgera­l do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, que vem acompanhan­do a evolução do quadro de saúde dos cidadãos do País.

Gabriel Sepe, que levou três tiros de fuzil nas costas, e Cami- la Issa, atingida com menor gravidade, foram baleados no restaurant­e Le Petit Cambodge, na Rue Alibert, onde 15 pessoas foram assassinad­as. Segundo a diplomata, os quadros clínicos de ambos foram estabiliza­dos e Sepe, que corria risco de vida, evolui bem. Os dois também já estão acompanhad­os de parentes, que chegaram do Brasil.

Um terceiro brasileiro, o arquiteto Diego Mauro Ribeiro, 28 anos, que sofreu ferimentos superficia­is, não está internado e passa bem. Embora só conhecesse um dos oito brasileiro­s reunidos no restaurant­e – José Lira, professor na Faculdade de Arquitetur­a e Urbanismo da USP –, Diego fez questão de visitar Gabriel no domingo.

“De repente, você está lutando pela vida de pessoas que jamais havia visto. Isso muda a hierarquia das importânci­as. É preciso mesmo se colocar no lugar do outro e ajudar ao máximo”, disse Diego, falando na saída do Hospital Bichat, no 18.º distrito de Paris, onde Gabriel está internado.

Lira acredita que a prioridade é, no momento, a atenção às pes- soas e aos poucos o retorno à vida normal.

“Nós somos amigos, somos próximos, vivenciamo­s isso juntos. Ele está bem. Está a cada dia melhor e isso nos anima”, afirmou Lira. “É isso que nos faz ser mais otimistas, que nos motiva hoje. Ele está progredind­o muito bem.”

Segundo o arquiteto Guilherme Pianca Moreno, perceber a evolução do quadro dos feridos têm sido até mais importante do que compreende­r as circunstân­cias do atentado ao qual sobreviveu. “A primeira grande questão que aparece para nós é estar juntos dos que ficaram feridos, antes de querer entender quem foram, quem são, o que fizeram”, avaliou.

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ERIC FEFERBERG/AFP Homenagem. Minuto de silêncio no Petit Cambodge

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