Brasileiros feridos não têm previsão de alta
Apesar de internados, três cidadãos do País atingidos nos atentados do Estado Islâmico em Paris não correm risco de vida, afirma diplomata
Os brasileiros feridos durante os atentados de Paris na sextafeira estão fora de perigo, mas ainda não têm previsão de alta hospitalar. A informação foi confirmada ontem pela cônsulgeral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, que vem acompanhando a evolução do quadro de saúde dos cidadãos do País.
Gabriel Sepe, que levou três tiros de fuzil nas costas, e Cami- la Issa, atingida com menor gravidade, foram baleados no restaurante Le Petit Cambodge, na Rue Alibert, onde 15 pessoas foram assassinadas. Segundo a diplomata, os quadros clínicos de ambos foram estabilizados e Sepe, que corria risco de vida, evolui bem. Os dois também já estão acompanhados de parentes, que chegaram do Brasil.
Um terceiro brasileiro, o arquiteto Diego Mauro Ribeiro, 28 anos, que sofreu ferimentos superficiais, não está internado e passa bem. Embora só conhecesse um dos oito brasileiros reunidos no restaurante – José Lira, professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP –, Diego fez questão de visitar Gabriel no domingo.
“De repente, você está lutando pela vida de pessoas que jamais havia visto. Isso muda a hierarquia das importâncias. É preciso mesmo se colocar no lugar do outro e ajudar ao máximo”, disse Diego, falando na saída do Hospital Bichat, no 18.º distrito de Paris, onde Gabriel está internado.
Lira acredita que a prioridade é, no momento, a atenção às pes- soas e aos poucos o retorno à vida normal.
“Nós somos amigos, somos próximos, vivenciamos isso juntos. Ele está bem. Está a cada dia melhor e isso nos anima”, afirmou Lira. “É isso que nos faz ser mais otimistas, que nos motiva hoje. Ele está progredindo muito bem.”
Segundo o arquiteto Guilherme Pianca Moreno, perceber a evolução do quadro dos feridos têm sido até mais importante do que compreender as circunstâncias do atentado ao qual sobreviveu. “A primeira grande questão que aparece para nós é estar juntos dos que ficaram feridos, antes de querer entender quem foram, quem são, o que fizeram”, avaliou.