Natal deste ano vai ser magro para as agências de Papai Noel
Mercado tenta driblar a queda da demanda das empresas com a oferta do serviço diretamente para o consumidor
que os comerciantes vão fazer é pegar um funcionário, colocar uma barba e fazer ele falar ‘hoho-ho’ na porta da loja”, prevê o empreendedor.
Queda. Segundo a Associação Comercial de São Paulo, vai ser isso mesmo. Marcel Solimeo, que é economista-chefe da instituição, espera queda de 5% nas vendas em comparação ao ano passado, que por sinal já foi 1,7% inferior ao resultado de 2013, segundo dados do Serasa. Nesse contexto, ele diz, que “é preciso muita criatividade (por parte do comerciante). E provavelmente o Papai Noel vai encontrar mais dificuldade nas lojas pequenas, que precisam reduzir custos.”
Essa notícia não poderia vir em pior hora para Helio Gerbas, Papai Noel há 16 anos e já há 12 no comando da Papai Noel & Cia. Animado pelos resultados obtidos nos natais passados, em 2014 ele decidiu erguer seu grande sonho: um palácio do Papai Noel inspirado no castelo na região da Lapônia, no norte da Escandinávia. Ele pegou dinheiro emprestado no banco e deu início à obra, no bairro paulistano do Bom Retiro. Mas a crise chegou e, até agora, ele não concluiu a construção. “A ideia é que o espaço, que tem mil metros quadrados, ficasse pronto para esse Natal e funcionasse como estúdio para campanhas publicitárias e showroom de produtos natalinos”, afirma Helio, que conta com 300 papais noéis. “Eu trabalho muito com shopping e, dos atores que temos, apenas 50% serão absorvidos pelos centros de compra.”
Para escapar da crise, a estratégia da diversificação foi adotada por Paulo Mendes, da Cia Bafafá. “O Natal nos dá uns R$ 300 mil por ano”, diz ele. “Assim que vi que o ano seria ruim, no começo de 2015, reformulei meu site e comecei a pensar em outros serviços. Nosso principal produto vai ser o Papai Noel em casa”, conta ele, que sentiu a redução de encomendas corporativas. “Vamos ter um Papai Noel de bermuda para vender sorvete e vamos atacar com força a demanda de pessoas físicas. Vamos enfrentar esse Natal com o que temos.”