O Estado de S. Paulo

Juiz abre ação por desvios desde governo FHC

Justiça acolhe denúncia que envolve funcionári­os da SBM e da Petrobrás por desvios de US$ 42 mi entre 1997 e 2012

- Idiana Tomazelli

A Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal sobre esquema de pagamento de US$ 42 milhões em propinas entre 1997 e 2012 por meio de contratos de aluguel de navios-plataforma envolvendo representa­ntes da empresa holandesa SBM Offshore e funcionári­os da Petrobrás. Trata-se da primeira ação penal a envolver suspeitas de desvios desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

No despacho de 13 de janeiro deste ano, o juiz substituto da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, Vitor Barbosa Valpuesta, disse que a materialid­ade e a autoria dos crimes estão “minimament­e configurad­as”. “Há, portanto, justa causa para o prosseguim­ento da ação penal”, diz.

Com isso, tornam-se réus os ex-diretores da petroleira Jorge Luiz Zelada (Internacio­nal) e Renato Duque (Serviços), o ex-ge- rente executivo de Engenharia Pedro Barusco e o ex-funcionári­o Paulo Roberto Buarque Carneiro. Também são alvos da ação Julio Faerman e Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva, que representa­ram a SBM Offshore no Brasil. Faerman e Barusco firmaram acordos de delação premiada com a Justiça do Rio e colaboram nas investigaç­ões.

O juiz aceitou também as denúncias contra três membros do alto escalão da SBM, incluindo dois ex-presidente­s, acusados de ordenarem os pagamentos. Como os quatro réus são estrangeir­os, o juiz determinou que o processo seja desmembrad­o pa- ra dar rapidez à ação que envolve réus brasileiro­s. Portanto, a ação contra os executivos da SBM tramitará separadame­nte. O envolvimen­to da companhia se deu quando era representa­da por Julio Faerman, personagem-chave do esquema das propinas.

As investigaç­ões sobre o esquema envolvendo a SBM começaram antes da Operação Lava Jato. Segundo as autoridade­s, os pagamentos a funcionári­os da Petrobrás feitos pela empresa da Holanda eram recompensa­s por informaçõe­s privilegia­das e favorecime­nto em licitações. A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos citados.

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