O Estado de S. Paulo

R$ 16,9 bi

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Na tentativa de reduzir rombos fiscais em 2015, pelo menos 11 dos 27 governador­es sacaram um total de R$ 16,9 bilhões de depósitos judiciais e usaram os recursos para pagar parcelas da dívida com a União, precatório­s e até aposentado­rias de servidores, conforme levantamen­to em Tribunais de Justiça e governos. Esse montante representa 13% do estoque total de recursos que os tribunais estaduais tinham sob custódia até o fim de 2014, da ordem de R$ 127 bilhões, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O uso de parte desse fundo pelos governos é uma solução emergencia­l e temporária: em algum momento, esse dinheiro terá de ser devolvido para as contas administra­das pela Justiça. Os depósitos judiciais são formados por recursos de governos, empresas ou pessoas físicas envolvidos em litígios que envolvem pagamentos, multas ou indeniza- ções. Os recursos ficam sob administra­ção da Justiça até que haja uma decisão final sobre a legalidade do pagamento ou seu volume.

A utilização desses recursos foi a saída encontrada por diversos governador­es para compensar as perdas de arrecadaçã­o decorrente­s da crise econômica. Nos primeiros oito meses de 2015, todos os Estados, sem exceção, tiveram redução real de receita em comparação com o mesmo período de 2014 – os dados até dezembro ainda não foram publicados.

Para a Procurador­ia-Geral da República, o repasse de depósitos judiciais a governos ameaça o direito de propriedad­e, já que há dinheiro de cidadãos e empresas envolvidos em disputas.

Recursos foi o valor sacado de depósitos judiciais por 11 dos 27 governador­es para tentar diminuir o rombo nas contas públicas no ano passado

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