Ataque em universidade do Paquistão deixa 20 mortos; Taleban é suspeito
Extremistas invadem complexo universitário em cidade do noroeste do país e abrem fogo contra estudantes e funcionários em alojamentos e salas de aula; milícia radical assume autoria, mas porta-voz taleban nega envolvimento horas depois
Um ataque de extremistas contra uma universidade no noroeste do Paquistão deixou ontem 20 mortos e dezenas de feridos, pouco mais de um ano após o massacre de 134 alunos de uma escola na mesma área, disseram autoridades. Um alto comandante do Taleban paquistanês assumiu a responsabilidade pelo ataque na Província de Khyber Pakhtunkhwa. Mas, depois, um porta-voz do grupo desmentiu a informação, afirmando que o atentado foi “não islâmico”.
Um segurança local afirmou que o número de mortos poderia subir para mais de 40 na Universidade Bacha Khan, na cidade de Charsadda. O Exército informou que havia concluído as operações no câmpus seis horas após o ataque e quatro suspeitos armados foram mortos.
“Houve três explosões de granadas que deixaram 20 mortos confirmados, incluindo professores e estudantes”, disse o chefe de polícia regional, Saeed Wazir, sem informar se o número incluía os quatro insurgentes mortos. Até a noite de ontem (horário de Brasília), ainda havia controvérsias sobre o número exato de mortos. Wazir informou que vários estudantes mortos estavam em uma residência no câmpus da universidade.
Havia controvérsia, também, sobre os responsáveis pelo ataque. Logo após a ação, representantes do Taleban reivindicaram a autoria. “Nossos quatro suicidas executaram hoje o ataque contra a Universidade de Bacha Khan”, afirmou por telefone à France Presse um comandante dos insurgentes, Umar Mansoor, falando de um local não revelado. Mansoor integra a facção Tehreek-e-Taleban Pakistan (TTP), liderada por Hakimullah Mehsud, que tem o nome de um comandante do Taleban morto por disparos feitos por um drone americano em novembro de 2013.
“Esse ataque foi realizado em represália à operação Zarb-eAzb”, uma ofensiva de combate ao terrorismo do Exército paquistanês que está em curso atualmente nas zonas tribais do noroeste, próximas da fronteira com o Afeganistão, afirmou Mansoor, que ameaçou com novos ataques.
Os militantes extremistas aproveitaram a pouca visibilidade provocada pela neblina para escalar os muros da universidade durante a manhã. Dentro do complexo, invadiram os prédios e abriram fogo contra os alunos e professores nas salas de aula e dormitórios, disse a polícia.
Estudantes disseram à imprensa local que viram vários jovens invadindo o alojamento universitário, onde muitos estudantes estavam dormindo no momento, carregando fuzis de assalto AK-47.
Um porta-voz das equipes de resgate, Bilal Ahmad Faizi, dis-