O Estado de S. Paulo

Cai a verba federal de combate ao ‘Aedes’

Redução foi maior em recursos extras de vigilância, mas valor geral também caiu

- Fabiana Cambricoli

No ano em que os casos e os óbitos por dengue bateram recorde no País e teve início um surto de microcefal­ia associada ao zika vírus, o Ministério da Saúde reduziu pela metade a verba extra repassada às prefeitura­s para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti em comparação com 2013 – ano que, até então, havia registrado a pior epidemia de dengue.

A verba se refere ao piso variável de vigilância em saúde, recurso adicional do governo federal destinado a Estados e municípios para ações de prevenção e promoção de saúde, o que inclui medidas de combate ao Aedes. Em dezembro de 2013, após o Brasil registrar 1,4 milhão de casos de dengue e 674 mortes, a União autorizou o repasse extra de R$ 363,4 milhões para os municípios. No ano seguinte, os registros e óbitos pela doença caíram para 589 mil e 475, respectiva­mente.

Em dezembro de 2014, o valor do piso variável diminuiu para R$ 150 milhões e, em 2015, quando o número de pessoas infectadas chegou a 1,6 milhão, com 863 mortos, o valor da verba extra voltou a cair, desta vez para R$ 143,7 milhões.

O piso variável não é a principal fonte de financiame­nto das ações de combate ao mosquito nos municípios. O recurso permanente e mais volumoso é o do piso fixo de vigilância em saúde, que, no período de dois anos analisado, teve pequeno cresciment­o, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,27 bilhão. Somados os valores dos dois pisos, no entanto, houve queda nos recursos, de R$ 1,56 bilhão em 2013 para R$ 1,41 bilhão em 2015.

Os municípios reclamam da falta de auxílio emergencia­l diante da possibilid­ade de uma nova epidemia neste ano. Presidente do Conselho dos Secretário­s Municipais de Saúde de

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ANDRE PENNER/AP

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