Nº de cidades com epidemia no País aumentou 4 vezes
O número de municípios que viviam uma epidemia de dengue, conforme os registros mais recentes (de dezembro de 2015), é 4,2 vezes maior do que o apresentado em dezembro de 2014. De acordo com Ministério da Saúde, em dezembro de 2014, 32 cidades apresentavam mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Em dezembro passado, esse número subiu para 135.
São Paulo (Cosems-SP), Stênio Miranda afirma que algumas cidades já iniciaram o período crítico de transmissão, mas as prefeituras não têm condições
Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, aproveitou o encontro de abertura do Conselho Nacional de Representantes Estaduais (Conares), com a presença de aproximadamente 140 gestores municipais e estaduais, para ressaltar a importância de um mutirão nacional contra o Aedes aegypti. “Não é um problema só dos governos federal, estaduais e municipais. É um problema da sociedade. Precisamos mobilizar toda a população”, disse Castro. Ele destacou o estímulo à eliminação de todos os recipientes sem uso, que podem virar criadouros do mosquito.
financeiras de arcar com as necessidades extras apenas com recursos do tesouro municipal. “Em Ribeirão Preto, por exemplo, fizemos concurso para con- tratar 150 agentes de controle de endemias e não conseguimos convocá-los até agora porque não há dotação orçamentária”, diz ele, que também é secretário de Saúde municipal.
Ele diz que as cidades não receberam repasse emergencial nem do ministério nem do governo do Estado de São Paulo, que, no fim do ano passado, prometeu R$ 50 milhões extras para ações de combate às doenças transmitidas pelo Aedes.
Necessidade. Presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, Artur Timerman diz que, diante da situação emergencial de surtos de dengue e zika, a verba extra deveria ser ampliada. “Essa redução orçamentária é calamitosa. A situação do zika e da microcefalia é dramática e este é o momento de empenhar todo o esforço possível”, diz.
O Ministério da Saúde afirma que tem ampliado, nos últimos anos, os recursos para o combate ao Aedes, com crescimento de 30% no valor do piso fixo entre 2010 e 2015. Diz ainda que há R$ 600 milhões adicionais encaminhados aos municípios para o pagamento dos salários de agentes, além de R$ 500 milhões extras aprovados pelo governo federal diante da situação de emergência de zika e microcefalia. A pasta não detalhou em que ações será usado esse recurso e quanto desse montante poderá ser repassado aos municípios.
A Secretaria Estadual da Saúde diz que o fundo estadual de R$ 50 milhões anunciado em dezembro “será usado para responder a demandas que se fizerem necessárias para apoiar os municípios no combate ao Aedes”, incluindo contratação de PMs e de agentes temporários para o combate aos criadouros.