O Estado de S. Paulo

Para oposição, BC perdeu a autonomia

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Para a oposição, o Banco Central perdeu a autonomia ao seguir os desejos do PT e do Palácio do Planalto e manter a taxa básica de juros no mesmo patamar. O líder da minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), afirmou que a instituiçã­o deu uma demonstraç­ão de que perdeu o que restava de sua “aparente autonomia” ao deixar a Selic em 14,25% ao ano. Para o tucano, a decisão mostra que o intervenci­onismo da presidente Dilma Rousseff “chegou oficialmen­te” ao BC.

“(A manutenção da Selic) é uma demonstraç­ão de que o BC perdeu o que restava de sua aparente autonomia e aprofunda a economia brasileira numa crise de falta de credibilid­ade”, afirmou Araújo. O parlamenta­r destacou que a decisão mostra o intervenci­onismo de Dilma.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), também criticou a decisão do Copom. Para o parlamenta­r, a decisão representa a manutenção da mesma política de juros que “asfixia a economia nacional”.

“O ideal seria que tivesse diminuído”, disse o parlamenta­r. Ele ressaltou que o atual nível da Selic tem sido um dos principais inibidores do cresciment­o da economia. “Foi mais uma sinalizaçã­o ruim de um governo perdido”, disparou.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que o BC exorbitou de suas atribuiçõe­s ao responder, por meio de nota, a relatório divulgado pelo FMI. Para Jucá, a nota assinada pelo presidente do BC é “desnecessá­ria”, mas ressalvou não ser o caso de ele ir ao Senado se explicar. “Quem, em tese, tem de responder ao FMI é o Ministério da Fazenda ou o governo”, disse Jucá. “Ele quis ajudar, mas se expôs sem necessidad­e.”

Jucá defendeu que o Executivo faça um ajuste fiscal de forma a criar condições para redução dos juros. “O cidadão não aguenta mais essa taxa”, disse.

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