O Estado de S. Paulo

Conab prevê alta de até 20% na safra de café este ano

Safra do País pode passar dos 43,2 milhões de sacas, no ano passado, para até 51,9 milhões neste ano

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A colheita de café do Brasil poderá crescer até 20% em 2016 em relação a 2015, registrand­o um volume recorde, com uma melhoria das condições dos cafezais após regulariza­ção das chuvas e em um ano de alta no ciclo bianual de produtivid­ade na maior parte das regiões do País, informou ontem a Companhia Nacional de Abastecime­nto (Conab), na primeira previsão para a nova temporada.

A safra do País foi estimada entre 49,13 milhões e 51,94 milhões de sacas, ante 43,24 milhões em 2015, ano bastante afetado por seca nas principais regiões cafeeiras. Se confirmada a projeção mais elevada, será a maior safra da história, superando os 50,8 milhões de sacas colhidos em 2012, disse a Conab.

“As condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras de (café) arábica, aliadas ao ciclo de bienalidad­e positiva, favorecem as lavouras e justificam os ganhos de produtivid­ade na maioria dos Estados, exceção do Paraná, e na Zo- na da Mata de Minas Gerais. Os maiores ganhos são observados na região do Triângulo Mineiro, em São Paulo e no Sul/CentroOest­e mineiro”, disse a Conab.

Para o arábica, variedade da qual o Brasil é o maior produtor e exportador mundial, a estimativa é de uma safra entre 37,74 milhões e 39,87 milhões de sacas, ante 32,05 milhões em 2015.

Para o robusta, café com maior concentraç­ão de cafeína, muito utilizado na fabricação de solúveis, a previsão é de uma colheita em 2016 entre 11,39 milhões e 12,08 milhões de sacas, ante 11,19 milhões em 2015.

“O café conilon (robusta) apresenta um ganho de produtivid­ade entre 4,7% e 11%. As reduções observadas em Minas Gerais e Rondônia são compensada­s pelos ganhos observados na Bahia (região do Atlântico)”, afirmou a companhia.

Sem antecipaçã­o. A Conab destacou que, em Minas Gerais, principal Estado produtor, ocorreram duas floradas principais, a primeira por volta do início de setembro e a segunda no final de outubro ou início de novembro. “As floradas foram boas, com maior destaque para as de setembro, e aparenteme­nte com bom pegamento (dos frutos)”, disse o relatório.

Ainda assim, os técnicos da companhia descartara­m que o bom desenvolvi­mento da safra possa provocar uma antecipaçã­o na colheita este ano.

“Não tem antecipaçã­o na colheita. A região produtora é muito grande e está distribuíd­a em mais de oito Estados, cujos calendário­s iniciam a colheita em menor volume lá para abril e isso vai ganhar volumes mais densos de colheita no meio do ano”, disse o diretor de Política Agrícola e Informaçõe­s da Conab, João Marcelo Intini. “O que ocorre é que o processo de floração e de formação dos grãos se deu num ambiente climático muito favorável.”

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