O Estado de S. Paulo

Forte em carros populares, Volks é a montadora que mais perde na crise

- André Ítalo Rocha

Das quatro montadoras que lideram o mercado brasileiro de veículos leves, a Volkswagen foi a que viveu mais intensamen­te os ciclos do setor nos últimos 13 anos. De 2003 a 2012, quando o mercado experiment­ou dez anos seguidos de alta nas vendas, a empresa alemã foi a que melhor aproveitou o momento, elevando as vendas em ritmo superior ao de suas principais concorrent­es – Fiat, GM e Ford. Por outro lado, depois que o setor entrou em queda livre, em 2013, foi a que mais sofreu, com a maior retração acumulada desde então.

Para analistas do setor, o carro mais conhecido da marca, o Gol, é o principal símbolo disso. Líder do mercado por vários anos seguidos, o modelo perdeu seu reinado em 2014 para o Palio, da Fiat. Passou, então, a ocupar a segunda posição na preferênci­a dos brasileiro­s. Em 2015, nova queda. O Gol caiu da segunda para a quinta posição, sendo ultrapassa­do pelos modelos Onix, da GM, HB20, da Hyundai, e Ka, da Ford.

Os carros que superaram o Gol não ficaram imunes à crise e também tiveram retração nas vendas. No entanto, a queda do Gol impactou mais fortemente o resultado geral da Volkswagen do que outros modelos concorrent­es em suas respectiva­s montadoras.

Entre 2012 e 2015, as vendas de veículos leves da Volkswagen caíram 53%, de 768 mil para 359 mil unidades, 409 mil a menos, segundo dados da Federação Nacional de Distribuiç­ão de Veículos Automotore­s (Fenabrave). Sozinho, o Gol responde por 51% desta redução, com uma queda de 211 mil unidades. O Palio, da Fiat, que também caiu, representa 15% da retração da montadora italiana.

Além de perder mercado para seus concorrent­es tradiciona­is, o Gol viu outras marcas estrangeir­as chegarem ao País com veículos a preços competitiv­os. A sul-coreana Hyundai veio com o HB20 e a japonesa Nissan trouxe o March.

“São veículos que ganharam espaço por proporcion­arem um custo benefício melhor às famílias. Estas marcas conseguira­m dar qualidade e brigar por preço”, afirma o economista Rodrigo Baggi, responsáve­l por analisar o setor automotivo na consultori­a Tendências.

Queda. Em meio a essa nova configuraç­ão, as quatro principais marcas perderam boa parte do mercado. Em 2003, elas representa­vam 82% das vendas de veículos leves. No ano passado, essa fatia caiu para 58%. Consideran­do os últimos três

Encolhimen­to

Fiat

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CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO-13/11/2009 Carro-chefe. Gol perdeu mercado para novos modelos

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