Forte em carros populares, Volks é a montadora que mais perde na crise
Das quatro montadoras que lideram o mercado brasileiro de veículos leves, a Volkswagen foi a que viveu mais intensamente os ciclos do setor nos últimos 13 anos. De 2003 a 2012, quando o mercado experimentou dez anos seguidos de alta nas vendas, a empresa alemã foi a que melhor aproveitou o momento, elevando as vendas em ritmo superior ao de suas principais concorrentes – Fiat, GM e Ford. Por outro lado, depois que o setor entrou em queda livre, em 2013, foi a que mais sofreu, com a maior retração acumulada desde então.
Para analistas do setor, o carro mais conhecido da marca, o Gol, é o principal símbolo disso. Líder do mercado por vários anos seguidos, o modelo perdeu seu reinado em 2014 para o Palio, da Fiat. Passou, então, a ocupar a segunda posição na preferência dos brasileiros. Em 2015, nova queda. O Gol caiu da segunda para a quinta posição, sendo ultrapassado pelos modelos Onix, da GM, HB20, da Hyundai, e Ka, da Ford.
Os carros que superaram o Gol não ficaram imunes à crise e também tiveram retração nas vendas. No entanto, a queda do Gol impactou mais fortemente o resultado geral da Volkswagen do que outros modelos concorrentes em suas respectivas montadoras.
Entre 2012 e 2015, as vendas de veículos leves da Volkswagen caíram 53%, de 768 mil para 359 mil unidades, 409 mil a menos, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Sozinho, o Gol responde por 51% desta redução, com uma queda de 211 mil unidades. O Palio, da Fiat, que também caiu, representa 15% da retração da montadora italiana.
Além de perder mercado para seus concorrentes tradicionais, o Gol viu outras marcas estrangeiras chegarem ao País com veículos a preços competitivos. A sul-coreana Hyundai veio com o HB20 e a japonesa Nissan trouxe o March.
“São veículos que ganharam espaço por proporcionarem um custo benefício melhor às famílias. Estas marcas conseguiram dar qualidade e brigar por preço”, afirma o economista Rodrigo Baggi, responsável por analisar o setor automotivo na consultoria Tendências.
Queda. Em meio a essa nova configuração, as quatro principais marcas perderam boa parte do mercado. Em 2003, elas representavam 82% das vendas de veículos leves. No ano passado, essa fatia caiu para 58%. Considerando os últimos três
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