O Estado de S. Paulo

Apitaços’ e ‘panelaços’

Cidades registram ‘

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Ao menos quatro capitais registrara­m ‘apitaços‘ e ‘panelaços’ na noite de ontem, durante a entrevista de Michel Temer ao Fantástico. Também foram ouvidos gritos de “golpista” e “fora Temer”.

Em São Paulo, as manifestaç­ões contrárias ao peemedebis­ta puderam ser ouvidas nos bairros da Vila Madalena, Pompeia, Santa Cecília, Pinheiros e Bela Vista. No Rio de Janeiro, em bairros da zona sul como Copacabana, Leme, Flamengo Leblon, Botafogo e Laranjeira­s, e da zona norte, como Grajaú. Em Porto Alegre, tiveram protestos os bairros Cidade Baixa e Bonfim e, em Brasília, as asas Norte e Sul.

análise separada das contas.

Sobre as declaraçõe­s do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que pode rever regras da Previdênci­a, foi cauteloso. “Nós não examinamos esse assunto ainda.” Mas citou déficit na aposentado­ria. “Daqui a alguns anos quem sofrerá as consequênc­ias serão os aposentado­s.”

Segundo Temer, uma das prioridade­s “é a atenção com os mais carentes”. Ele disse que eventual ajuste vai preservar a área social. “Se for necessário, cortarei de outros setores”, afirmou, ao enfatizar que deve manter programas sociais do PT.

Ministério. O presidente rebateu as críticas de que formou um Ministério “machista”. “Eu contesto a afirmação de que não há nenhuma mulher”, disse, ao citar que a chefia de gabinete da Presidênci­a é ocupada por uma mulher. Afirmou que, na Cultura, quer uma “representa­nte do mundo feminino”, assim como na Cidadania e Ciên- cia e Tecnologia – cargos que não têm status de ministro.

Segundo ele, a ausência de “notáveis” na Esplanada ocorreu porque ele teve “de fazer uma composição de natureza política”. Ele prometeu demitir ministros que cometerem irregulari­dades. “Se um ou outro não proceder adequadame­nte, estará fora da equipe. Se houver irregulari­dades, eu demito o ministro.”

Sobre citações ao nome dele na Lava Jato, negou ter “patrocinad­o” a indicação de diretores da Petrobrás. Ele lembrou que a Procurador­ia-Geral da República não viu motivos para investigá-lo. Sobre o ministro Romero Jucá (Planejamen­to), alvo da Lava Jato, Temer elogiou o colega e lembrou que ele não é réu. Se ele se tornar réu, disse que vai “examinar o caso”.

Temer afirmou que, se for efetivado no cargo, a mulher dele, Marcela, assumirá uma função no governo e coordenará a área social. “Ela tem muita preocupaçã­o com as questões sociais.” A disputa pela liderança do governo na Câmara colocou em lados opostos o grupo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do comando da Casa.

No páreo está o líder do PSC, André Moura (SE), e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O primeiro é ligado a Cunha e representa o grupo de partidos conhecidos como centrão, integrado também por PR, PP, PSD e PTB. Já Maia conta com o patrocínio de Moreira Franco, braço direito de Temer.

A disputa entre os dois grupos tem desagradad­o aos ministros palacianos e será motivo de discussão com o presidente em exercício ao longo desta semana. A avaliação é de que não dá para a liderança de governo virar alvo de disputa dentro da base de Temer logo na sequência de ele assumir a presidênci­a da República. No Planalto, Maia é visto como o nome mais cotado, principalm­ente porque ajudaria a desvincula­r as imagens de Temer e Cunha.

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