O Estado de S. Paulo

Celulares básicos dão sobrevida a serviços de SMS

Aparelhos sem conexão de internet são 25% das linhas móveis do País e geram demanda por conteúdo em mensagens

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“Envie ‘SIM’ para 1234 para receber as melhores piadas da internet no seu celular”: quem nunca recebeu uma mensagem de texto dessas que atire a primeira pedra – mas antes de erguer a mão, saiba que esse tipo de pro- duto é o que se pode chamar de “serviço de valor agregado 1.0”. Apesar da populariza­ção dos smartphone­s pelo País – segundo a IDC Brasil, foram vendidos mais de 150 milhões de celulares inteligent­es nos últimos quatro anos –, ainda há um grande número de brasileiro­s que usam celulares simples, sem conexão à internet, chamados também de feature phones.

Segundo a Anatel, 62,7 milhões de linhas móveis do País – 25% do total em atividade – ope- ram apenas na rede 2G, sem acesso amplo à rede, e com recursos de voz e SMS. “É um nicho bastante consideráv­el, que talvez nem possa ser chamado de nicho”, diz Samuel Rodrigues, analista da IDC Brasil. “Ele sempre vai ter espaço, seja por facilidade de tecnologia ou pelo custo dos aparelhos.”

Para as operadoras, esse mercado que pode diminuir, mas não se extinguir, nos próximos anos, faz com que a oferta de serviços de conteúdo via SMS continue a existir. “Temos pouco mais de 20% da nossa rede e 20% do faturament­o com SVAs nos feature phones. Não vamos extinguir esses serviços, mas não vamos mais investir neles”, diz Flávio Lang, diretor de serviços de valor agregado da TIM.

Na Vivo, que lidera o mercado, um dos principais SVAs é o Vivo Som de Chamada, que permite aos usuários pagar cerca de R$ 3 para baixar músicas que possam ser usadas ao receber uma ligação, em um serviço herdeiro dos velhos ringtones – arquivos que reproduzia­m melodias de forma simples. O mes- mo acontece na Oi, que diz ter 35% de seus usuários ainda com celulares básicos: “São serviços que formam um legado. Ainda precisamos pensar em como manter esses usuários.”

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AYRTON VIGNOLA/ESTADÃO-12/12/2011 Fora do ar. Sem acesso à internet, 62,7 milhões de linhas obtêm conteúdo via mensagens

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