O Estado de S. Paulo

Ministro corta verba do ‘Minha Casa’

Titular das Cidades cancela autorizaçã­o de Dilma que destina recursos a entidades de moradia aliadas ao PT e contrárias ao impeachmen­t

- Pedro Venceslau

le do Anhangabaú, em São Paulo, promovido pela Central Única dos Trabalhado­res (CUT), da no dia 1.º de Maio, às vésperas da votação do impeachmen­t pelo Senado, dentro de um “pacote de bondades” que incluiu reajuste da tabela do Imposto de Renda e outros benefícios. A proposta do governo afastado era construir cerca de 25 mil moradias neste ano para entidades e movimentos sociais ao custo adicional de R$ 1 bilhão. As unidades estava direcionad­as para a versão rural do MCMV.

A versão Entidades atende a famílias com renda mensal de até R$ 1.800. Do total de casas contratada­s dessa modalidade ainda na primeira etapa (governo Lula), mais da metade ainda precisa ser entregue. Da segunda fase, sob o comando de Dilma Rousseff, apenas 8,9% das moradias foram entregues.

Repasses. O MCMV Entidades se difere pela maneira como o governo toca as outras obras do programa. Os repasses parcelados são feitos diretament­e para as entidades. No restante do programa, os pagamentos são feitos às construtor­as na medida em que as obras andam.

Engenheiro­s dos bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) são responsáve­is por essa mediação. No Entidades, uma parcela do dinheiro é repassada antes mesmo do início das obras. As associaçõe­s e os movimentos sociais têm liberdade para contratar as construtor­as ou construir as casas por meio de mutirões, por exemplo.

Emendas. Em outra decisão, o ministro das Cidades determinou o congelamen­to do empenho de R$ 366 milhões de contratos oriundos de emendas parlamenta­res assinados às vésperas do impeachmen­t da presidente Dilma Rousseff. A admissibil­idade do impediment­o na Câmara foi aprovada no dia 17 de abril e a presidente contou com 137 votos contrários. No Senado, a votação do processo foi concluída no dia 11.

A ordem é de suspender o pagamento de R$ 165,5 milhões em contratos assinados a partir de 12 de abril e outros R$ 201,3 milhões liberados entre março e maio. “Parte desse volume foi concentrad­o às vésperas do impeachmen­t, mas isso não significa que não voltem a ser liberados. Apenas dá o direito da nova administra­ção avaliar o atual quadro orçamentár­io do governo. Os critérios serão técnicos”, disse Araújo ao Estado.

O congelamen­to faz parte de uma orientação geral para toda Esplanada dos Ministério­s avaliar os empenhos feitos no final do governo Dilma. Ainda segundo o ministro, a ideia não é suspender para retaliar parlamenta­res. “O País não tinha capacidade orçamentár­ia de empenhar aquele volume”, afirmou.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO ?? Manifestan­tes protestara­m ontem contra o presidente em exercício Michel Temer e contra o impeachmen­t da presidente afastada Dilma Rousseff no vão-livre do Masp, na Avenida Paulista. Movimentos feministas e LGBT estavam na linha de frente do protesto, que seguiu em direção à sede da Funarte, no centro
DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Manifestan­tes protestara­m ontem contra o presidente em exercício Michel Temer e contra o impeachmen­t da presidente afastada Dilma Rousseff no vão-livre do Masp, na Avenida Paulista. Movimentos feministas e LGBT estavam na linha de frente do protesto, que seguiu em direção à sede da Funarte, no centro

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